Com a simplicidade
de quem era sinônimo de determinação. Uma pessoa que vivia cada segundo de
sua vida, edificada na sua personalidade brilhante e perseverante, arregaçou as
mangas e foi em busca dos seus ideais. Mesmo em se tratando de algo pessoal, não
pretendia de modo algum, restringir, nem impor limitações aos seus conceitos visionários de uma mente arrebatadora e o seu apetite voraz pela leitura. Aprendeu a ser leal com os menos afortunados dos seus sonhos, permitindo-o o compartilhamento. Assim, demonstrando simplicidade no seu
sorriso infantil, não foi difícil começar a construir o seu legado.
Morava em uma
pequena cidade, contudo, não se tratava de um lugar ermo, sem importância. A
população, como ele, admirava o perfume de um jardim bem cuidado. Era raro
encontrar uma casa que não tivesse uma área florida, com todos os requintes de
beleza e encantamento.
Certo dia depois de
fazer seu percurso habitual, que o conduzia até a sua morada, ao passar por uma
casa a muito por ele observada. Mesmo com características e aparência modestas,
havia algo que o considerava fundamental: área disponível para se construir um
belo jardim.
Suas moradoras, uma
senhora com aproximadamente 50 anos e sua filha que se imaginava próximo dos 30,
lutavam com dificuldades pela sobrevivência. Dependiam somente de uma irrisória
pensão, deixada pelo marido falecido há alguns anos. E, eventualmente, dos
insignificantes resultados dos trabalhos que ambas desenvolviam com bordados.
Era inegável a qualidade e o primor das peças, a habilidade e o zelo, de seus
maravilhosos desenhos elaborados a partir de uma linha, com o auxílio de uma ou
duas agulhas.
Com os poucos
recursos financeiros a que tinham direito por questões óbvias, a pensão. Muitas
vezes tinham que, se submeterem a duas variáveis: ter dinheiro suficiente para
suas necessidades básicas de sobrevivência, e ainda, para comprar os novelos de linhas e o
tecido para executar o exercício de suas tarefas, que completariam os seus
minguados recursos. Em muitas ocasiões faltavam-lhes tecidos, linhas e o apoio
de alguém que se interessasse em ajudá-las ou até mesmo, para comprar suas peças.
Um dia, Manoel
depois de ter passado quase toda à noite, lendo um livro que acabara de
adquirir, ficou impressionado com sua leitura, que contava a história de um homem,
que estava cansado do que fazia. Tratava-se um balseiro que transportava
pessoas de uma margem a outra de um rio.
Esta sua atividade
já vinha desde a infância, quando substituiu o pai que na época se encontrava
velho e doente. Não sabia fazer outra coisa, até que ao transportar um senhor
atingido pela fatalidade da falta de visão, se admirou com a simpatia do velho
cego; seus modos, maneira de vestir-se e o seu sutil comportamento enigmático. Na
história o barqueiro somente no final do percurso que fazia da travessia, é que teve a coragem suficiente de perguntar-lhe o nome.
Descreve o livro: “...Silencioso e de aparência compenetrada, podia-se notar que estava atento a tudo que acontecia à sua volta. O barqueiro curioso com aquela visão incomum, perguntou o seu nome, recebendo de maneira educada a resposta: – “Eu me chamo Felicidade, mas pode me chamar de Sorriso, como as poucas pessoas que me conhecem me chamam”. Ao obter a informação, o barqueiro logo imaginou tratar-se de uma brincadeira nada convencional. Pensou de imediato: – “Isto é pra eu permanecer calado e só responder ao que me perguntam e preocupar-me menos com a vida dos outros...”
A cada informação
que recebia do conteúdo do livro, permitia que Manoel avaliasse o comportamento
do personagem, sem, contudo, deixar de admirar aquela figura humana, simpática,
porém misteriosa. Estas entrelinhas interrogativas, o deixava mais envolvido
com sua leitura. Parecia que já havia incorporado o personagem balseiro,
vivenciando cada detalhe da história, como se fosse ele próprio o condutor da balsa.
Segue o texto do
livro: – Pensou o balseiro: – “Só queria saber o seu nome e depois, declarar
minha admiração pela sua coragem de transitar sem temores nas suas condições.
Isto é feio? É bisbilhotice? Sem obter respostas, continuou sua atividade
sempre se autoquestionando.” Manoel compenetrado vivia um momento de
deslumbramento. Alimentava pensamentos paralelos, na mesma intensidade do
personagem.
Continua a narrativa
do livro: “...Até que outro dia o mesmo senhor pegou a sua balsa de volta.
Vendo-o com a mesma elegância, roupa limpinha, bem engomada, sapatos lustrados
e a bengala com alça de couro, cresceu ainda mais sua admiração por aquele bem
aparentado e curioso velho. Nem por isto se atreveu a fazer qualquer comentário...”.
Nessa noite Manoel
não conseguiu ler toda a história, embora ficasse impressionado e ansioso pelo
desfecho. Estava cansado, precisava dormir, o dia seguinte seria de muito
trabalho e ele necessitaria de disposição, muita disposição!
Mesmo tendo que
estar atento ao que fazia, não conseguia desvencilhar seu pensamento da
história, que o levava a meditar sobre cada detalhe do que havia lido. – “Por
que será que o velho deu aquele nome de forma incompreensiva, sem sentidos, se
o balseiro só queria ser simpático?” Assim transcorreu todo o dia sem uma
conclusão satisfatória. Entretanto, ao chegar em casa iria sem dúvida,
descobrir.
Novamente no retorno
pra casa, ao passar pela residência das mulheres bordadeiras, seu pensamento
vagou pelo desejo de transformar aquele espaço abandonado, habitado pelo mato,
quem sabe até, por animais peçonhentos e perigosos, em um lindo jardim com sua
magia particular. Povoado por borboletas, abelhas, pássaros e o olhar admirado
das pessoas que por ali passassem.
Quando terminou sua
leitura descobriu que realmente o velho se chamava Felicidade. Também era justo que os poucos que o conheciam, como ele mesmo disse, o chamassem de
Sorriso. Havia um motivo subentendido em torno do seu nome. Acontece que mesmo não
podendo enxergar. Ver a natureza com suas nuances e belezas exuberantes; não
poder olhar nos olhos das pessoas como a maioria, ainda assim, trazia no
coração um sentido especial: podia enxergar a alma de quem dele se aproximasse.
E, naquele momento em que o balseiro havia perguntado o seu nome, pode
perceber sua curiosidade em torno do seu comportamento de cego, sem contar com
a ajuda de outra pessoa que estivesse ao seu lado orientando-o, mesmo assim, sabia perfeitamente onde pisar e em que direção deveria seguir.
No entanto, Manoel
entendeu que o velho percebendo que o balseiro o tratava com respeito,
naturalidade e cumpria com amor sua missão. No retorno, sem que fosse solicitado,
o velho cego, respondeu suas indagações pessoais, captadas pela sua aguçada
sensibilidade sensitiva. Quando o aconselhou a continuar transportando pessoas, porque,
além de transportar vidas, estava conduzindo muitas vezes indivíduos em busca
do seu próprio destino.
Para algumas
pessoas, estavam reservadas grandes realizações. Entretanto, para outras, em
decorrência do livre arbítrio, envolveriam com momentos trágicos. E ele ali nas
suas idas e vindas, dava esperança a quem buscava o incompreensivo, fugindo do
obscuro limiar da insatisfação, do desconhecido e da falta de perspectivas.
O interessado
jardineiro atento a alguns detalhes se surpreendeu mais uma vez. Ao se deparar
com algumas informações consideradas de grande importância, sobre a forma de se
ver o sentido da vida, definidas pelo velho e enigmático cego. Anotando alguns
exemplos relevantes: – “A abelha ferroa não porque é hostil,
mas para proteger sua colmeia, dando sua vida pelo o que acredita. Ao picar
suas vítimas, não consegue retirar intacto o seu ferrão, com isto, perde parte do seu
intestino, resultando na sua morte. Depois não faz isto somente por prazer, vingança
ou em benefício próprio. Mas para proteger toda comunidade melífera, da qual
faz parte.”
– “Tem consciência
do sabor cobiçado do seu favo doce e da dificuldade
de produzi-lo. Sua produção exige trabalhar em voos contínuos e distantes em
busca do néctar, só encontrado em maior quantidade na época da florada, nos
campos, pomares e jardins. Inclusive a produção da geleia real, indispensável
para a alimentação da sua soberana, a rainha. Única responsável pela produção
dos ovos que darão continuidade e preservação da espécie.”
Continua o velho
cego suas explicações, através do livro: – “Semelhante é a roseira. Ela
também tem espinhos, não porque seja ofensiva, mas para se defender. Mesmo
assim, todos a admiram, pela beleza de suas rosas em várias cores. E, pela sua
fantástica capacidade de hipnotizar corações apaixonados nas mais diferentes
situações. É plantada em terreno fofo, depois é adicionado o esterco
proveniente do excremento de origem animal, para que cresça vistosa e sadia.
Nem por isto é mal cheirosa, pelo contrário, as pétalas das suas rosas são lindas e perfumadas.”
Outro exemplo: – “O
arco-íris é o efeito de partículas muito pequenas, quase invisíveis de água,
sob a forma de spray ou pulverizadas pela chuva ou grandes cascatas de águas
que caem. Em contato com os reflexos dos raios do sol, causam todo o esplendor
de cores diferentes, sem a pretensão de combinações. Em forma de arco, para
muitos, corresponde a uma lenda centenária, em que, cada uma de suas extremidades,
existe um fabuloso pote de ouro.”
– “A lagarta com sua
aparência considerada por muito repugnante, se arrasta com dificuldade nos
locais mais adversos, se protegendo de predadores, ou mesmo, para evitar ser
pisoteada por algum indivíduo maior. Passa a maior parte dos seus dias, procurando
alimento de galho em galho. Como recompensa, se penaliza por um tempo, dentro
de uma crisálida minúscula, fechada e sufocante, antes de se tornar uma
belíssima borboleta, capaz de voar livremente nas alturas, mostrando sua
simpatia e encanto; pousar em lindas flores perfumadas, pelos campos, jardins
ou na arte da tela de uma pintura.”
Assim que terminou a
leitura, deixou transparecer um largo sorriso. Quando se viu sorrindo
compreendeu o real sentido do nome do ancião cego. Refletiu por algum tempo as
mensagens, e decidiu: assim que terminasse o trabalho em andamento, iria
construir o jardim na residência das solitárias moradoras, que o consideraria,
como sendo, o princípio da sua verdadeira missão, como ser humano que acredita na verdade Divina. E que, cada um, tem o seu próprio desígnio a cumprir.
Falaria com as
mulheres, convencê-las-ia e, colocaria em prática sua proposta pessoal. A
partir daquele momento, seria ele o balseiro sob a forma de jardineiro. Com um
detalhe expressivo a acrescentar: sabia o que queria da sua vida. Tinha prazer
pelo o que fazia, além de, se sentir responsável pela alegria no olhar dos
amantes do belo. Despertar nas pessoas, transformações grandiosas de preservação
à natureza e tudo que dela representa.
Estava evidente que
o livro que acabara de ler, havia contribuído com estímulos suficientes para a
iniciativa. Por outro lado, Manoel possuía um espírito tão evoluído que sua
atitude de criar o jardim dos seus sonhos, estava agora, prestes a se concretizar. Vidas distintas também iriam
descobrir um novo mundo de beleza, cor e perfume, através da sua ação. Os
pássaros encontrariam outro lugar para cantar e encantar, as borboletas,
abelhas e outros insetos o seu paraíso mágico.
Antes de iniciar os
preparativos, idealizou a necessidade de constar no projeto, algumas plantas
aromáticas indispensáveis, que se encarregariam da defesa natural. Evitariam o
ataque de formigas e outros insetos nocivos às plantas. Para esta estratégia não pretendia
abrir mão do alecrim, camomila, capuchinho, erva-doce, hortelã, manjericão,
sálvia, calêndula e gergelim; plantas ornamentais como: amor-perfeito,
petúnias, antúrios, verbenas, bromélias, palmeiras anãs, gerânios, cravos,
rosas, jasmins, grama esmeralda, entre outras diversidades.
Desde o primeiro
momento, em que iniciou suas pretensões de revitalizar a área e criar o jardim,
começou a estabelecer um vínculo de entendimento com as sementes e mudinhas
escolhidas com esmero, transmitindo-as status de estrelas. De importância, de
serem únicas em beleza por todo o universo. Esclarecia, uma por uma, suas
singularidades, personalidades, nobreza e prestigio.
Da mesma forma,
transmitia a cada uma a responsabilidade de representar com beleza e simpatia,
o que existia de melhor em espécie; de estar ajudando a construir um paraíso
envolvente de amor, iluminado pela luz do Criador. Seu tratamento chegava a ser
de uma amizade paternal. Quando Manoel plantava uma sementinha, dizia àquela
pequena vidinha, ainda em transformação a importância da vida.
– Querida sementinha, você agora não passa de um embriãozinho de esperança. Logo estará crescida, transformada e bonita. Mas jamais perca sua simplicidade. Consciente que sozinha não passaria de um grãozinho quase sem importância. Igual a muitos raminhos esquecidos em algum lugar distante do olhar das pessoas e dos animais. Será razoável, nunca se esquecer deste detalhe; orgulhar-se de ter sido a escolhida para dar alegria. Não para se envaidecer, achando-se melhor que as demais.
Para as mudinhas
dizia: – Oi mudinha, hoje você não passa de um pedacinho de vida, mas logo será
grande e exemplo de beleza e admiração. Seu jeitinho nobre encantará a todos.
Seja responsável na sua missão de embelezar e perfumar o ar que todos nós
tanto precisamos. Seja querida não apenas pelas suas cores e o formato de suas
flores e pétalas, mas por transmitir nos seus dias de existência, felicidade e
agradecimento pelas suas características exclusivas.
Com os pássaros não
era diferente. Sempre que apareciam, Manoel fazia questão de conversar com cada
um, mesmo sem receber um aparente retorno. Agradecia a visita, pedindo-os que
não se afastassem e, continuasse dando alegria com os seus cantos sublimes. E
se possível, convidar outros como eles, a estarem presentes, dando às pessoas
motivações de altivas mensagens, através de o seu trinar cativante e melodioso, agradável aos nossos ouvidos.
Quando a primeira
borboleta apareceu exibindo suas cores vibrantes, recebeu logo o seu batismo
com o nome de princesinha. Sentiu de imediato, que aquela frágil criatura
ficara contente com o nome. Acompanhava-o em todos os lugares do jardim. Algumas
vezes, pousava no seu ombro amigo ou num outro lugar, bem próximo. Fazia
questão de movimentar suas asas, abrindo-as e fechando-as para que ele pudesse
contemplar sua beleza única. Em cada uma de suas pétalas da membrana alada,
ficava visível um símbolo, decifrável apenas pelo olhar do Pai do Céu.
Manoel, envolvido por uma felicidade inigualável, acompanhava maravilhado aquele momento indescritível. Transformar um lugar antes esquecido e abandonado, no paraíso dos sábios anjos do bem. Em breve, seria um jardim de delícias, onde reinará a paz, o sossego e a materialização dos sonhos.
Manoel, envolvido por uma felicidade inigualável, acompanhava maravilhado aquele momento indescritível. Transformar um lugar antes esquecido e abandonado, no paraíso dos sábios anjos do bem. Em breve, seria um jardim de delícias, onde reinará a paz, o sossego e a materialização dos sonhos.
Outro fato notável
foi o aparecimento da Fada Encantada da Jardinagem, acompanhada de suas
seguidoras assistentes. Fulgurantes luzes semelhantes a flashes estrelados
movimentavam-se de um lugar a outro, feito raios riscando o espaço, como se
estivessem inspecionando sua criação. Tal acontecimento canalizava toda energia
necessária de bondade e sabedoria, suficientes para entender a importância que a
empatia de cada espécie ali presente, sem exceção, seria fundamental para as lições de fé, que cada dia representa na vida de todos.
Com as formiguinhas
Manoel pedia apoio no sentido de conservar a integridade de suas plantinhas, sem nenhum prejuízo às suas vidas, conservando-as perfeitinhas, não as destruindo. Elas iriam
dar muita alegria a todos que as vissem floridas e belas. Transferindo às
pequeninas cortadoras de pinças afiadas, a responsabilidade de ajudar a manter
o encanto do lugar que seria mágico e de inspiração triunfante.
Com esses diálogos
cordiais, Manoel conseguiu estabelecer uma irmandade de cumplicidade com todos
os habitantes do jardim encantado; com sua lenda em construção. Lenda que logo,
também seria exemplo de esperança para um futuro melhor.
Em pouco tempo já
havia concluído o seu espaço florido, sua obra-prima. Uma realidade
indiscutível, que não demorou a se confirmar. Todos os dias impreterivelmente,
reservava as manhãs e as tardinhas, para os cuidados necessários com sua
criação. Seja para aguagem, como para as limpezas e podas imprescindíveis.
Havia adquirido o
dom de conversar com as plantas, aves e insetos, em diálogos longos,
proveitosos e permanentes. Entendimentos capazes de esclarecer as
particularidades de cada espécie. Quando chegava era recebido com elevada
manifestação de carinho.
Os pássaros
irradiavam com suas virtuosas presenças, melodias alegres, cantadas em
verdadeira sinfonia poética; plantas e flores no mesmo ritmo formavam um coral
e boas-vindas. Até as pessoas que não podiam ver, ou perceber o encanto,
sentiam intimamente aquela harmoniosa presença do sobrenatural, comum da
alegria incontida.
Em pouco tempo, passear
próximo ao magnífico jardim tornou-se um hábito indispensável para os habitantes e visitantes da pequena cidade.
E o seu poder de harmonia e paz, havia se espalhado a distâncias imensuráveis.
Manoel estava sempre
distribuindo simpatia e sorriso a todos que por ali paravam. Quando somente passavam próximo, um aceno cordial não era esquecido, independente se fossem humanos ou não. A propósito, como bom aluno que era, a exemplo do bom ancião cego, sorriso virou sua
marca. Também não era pra menos. Havia construído um ambiente de contagiante
atmosfera e envolvimento, onde a felicidade predominava.
Por meio de gestos
de alta nobreza, Manoel entregou àquelas mulheres solitárias, criativas na sua arte de bordar, um novo símbolo de beleza e contentamento,
antes inimaginável. Aquele que ali se aproximava, imediatamente era conduzido
a um estado de luz. Livrava-se dos mais enraizados problemas; os adoentados, enfermos
e desenganados vislumbravam esperança.
Havia até aqueles
que diziam, se sentirem curados, graças ao alto grau de encantamento. Notícias
se espalharam feito rastilho de pólvora, sobre os feitos e os resultados alcançados
por Manoel. Situações consideradas impossíveis encontravam soluções e respostas benéficas
para quem se aproximasse do jardim.
Não tardou para se
tornar visita obrigatória para as pessoas que buscavam o ambicionado conforto
espiritual. Os céticos contagiados pelas manifestações de bem-estar, mesmo
tentando driblar a própria consciência, não resistiam à tentação, movidos por
uma atração inexplicável, porém, presente naquele ambiente iluminado.
O jardim virou uma
extensão envolvente de vida plena. De revelação da fé e da indiscutível
presença da harmonia, causada pelo encanto energético das flores coloridas, pela beleza do canto extraordinário das aves. Era o jardim que encantava. O jardim
que floria na alma das pessoas.
Manoel maravilhado
com sua criação, concluiu espontaneamente, que não basta ter apenas um jardim
com plantas diferenciadas. É preciso que esse jardim esteja dentro de si, dentro
de cada um. Sentir além do perfume das flores, o seu sorriso de felicidade.
Compreender que os pássaros não vão a determinado lugar por um mero acaso ou
pelo descanso após longos voos, mas pelo prazer da receptividade.
As borboletas, as
abelhas e os beija-flores, também não procuram os jardins pelo seu colorido, mas pela sua doce
simpatia envolvente. Produzida até mesmo, pela mais simples plantinha
imperceptível, desde que esteja irradiando a fragrância do amor. E que, sua
beleza não se traduza em uma mera futilidade, mas, na essência superior do
Criador, no seu momento de esplendor criativo.
Um lugar onde até
mesmo as formigas e outros insetos nocivos pedem licença para contemplar sua
magnífica magia. Todo jardim feito e cuidado com carinho, tem as bênçãos da
Fada Encantada da Jardinagem, que tudo faz, para sobressair na vida dos seres, o
amor ao próximo de maneira espontânea e atitude de caráter superlativo.
Este conto eu o escrevi em 10/setembro/2009. Espero que goste. Au revoir.
A propósito, você já acessou a fan page do meu livro infantil Juju Descobrindo Outro Mundo? Não imagina o que está perdendo. Acesse: www.fecebook.com/jujudescobrindooutromundo.
E o site da Juju Descobrindo Outro Mundo, já o acessou? Se eu fosse você iria conferir imediatamente. Acesse: www.admiraveljuju.com.br
Imagens: Google
14 comentários:
Caro Dilson, agora tenho o privilégio de ser o primeiro a comentar, porque ler alguém já deve ter lido. Belíssimo texto, como sempre são os seus textos. E aquela casinha levou-me a outra feliz época, quando havia muito mais sol na minha vida. É bem verdade que esta linda casinha parece estar numa cidadezinha, pela calçada que se deixa ver ao pé da imagem (a minha casinha, bem mais simples inclusive) ficava isolada, só, lá no meio do vale, mas havia igualmente plantas, flores, pássaros, insetos... havia jardim assim como este, e os jardineiros éramos nós que morávamos lá.
Saudade... saudade... feliz saudade que seu conto me traz...
Abraço grande.
Remisson
Valeu Remisson - Revista Protexto, é sempre um grade prazer receber o seu comentário consciente e simpático. Realmente quem hoje mora numa cidade grande, mas um dia habitou uma cidade pequena, a imagem e o conteúdo do texto, nos remete a saudosas recordações. Obrigado amigo, pela sua gentil visita. Abraço fraterno.
Conto lindamente florido e perfumado pelas flores do carinhoso e de pura alma - Manoel.
Que bom admirável poetisa Arlete Meggiolaro, poder recebê-la entre nós! Obrigado pela sua visita e o seu perfumado comentário. Abração...
Querido Dilson!
Seus contos além de lindo, deixa um suave perfume no ar, trazido pela brisa do vento e as flores do jardim, sem contar a emoção sonora da melodia dos passarinhos.
Já tinha lido e me encantei novamente com a leitura é como assistir a um bom filme que gostamos duas vezes, e sempre nos emocionamos com as surpresas.
Amei reler e desta vem me pareceu mais lindo.
Juloren
Olá Juloren, em todas as minhas postagens fico esperando pelo seu gentil comentário. Tem sido assim, há muito tempo. Obrigado mais uma vez, querida leitora e amiga, pela visita e a sua simpática avaliação. Abração.
Que texto bonito e feliz!! Me fez ter mil lembranças. Adorei o texto!
Se puder visita meu blog tb...
http://alquimiadeversos.blogspot.com.br/
Olá Claudenor, que bom que gostou. Este Conto tem recebido boas críticas no Face, inclusive discussões entre leitores, com opiniões bem favoráveis. Quanto ao seu Alquimia de Versos, pode crer que o visitarei sim. Obrigado pela simpática visita. Contamos com o seu breve retorno. Abraço fraterno.
Um texto com cheiro e muita cor, daqueles que a gente começa a ler e não quer parar, fluido, doce, realmente um jardim encantado. Parabéns! Fã! Beijo
Valeu Andréa Lunes, que bom que gostou. Ficamos felizes com sua declaração. Obrigado pela visita ao Bússola Literária e o seu simpático comentário. Estaremos sempre aguardando o seu retorno. Fraternal abraço.
Lindo texto, me fez refletir sobre bondade.Precisamos de mais jardineiros como o Sr Manoel, para cultivar jardins encantados nos corações e nas almas humanas,a colheita de sorrisos será abundante.
Parabéns Dilson, texto enriquecedor e reflexivo,abraços.
Olá estimada Ilza Royer, estamos agradecidos pela sua amável visita e o seu gentil comentário. Que bom que gostou e tenha considerado a narrativa uma história para reflexão sobre nós mesmos. Na verdade, não foi esta a nossa pretensão, mas já que considera como tal, ficamos felizes de saber que podemos de alguma forma ajudar e sermos úteis. Afetuoso abraço.
Olá, Dilson bom dia!
Este foi o mais belo conto que já lí em toda á minha vida pois, me fez lembrar da minha infâcia.
Criada desde os meus três anos sem pai pois, Deus o levou precocemente, então veio as lembranças da casa da vovó, lá tínhamos carinho e muitas frutas de diversas especies. Também caichas de abelhas e jardim com muitas flores, fogão de lenha, pilão e gamelas para o banho e loças, lindas cachoeiras e muito bichos do mato que vinham até o terreiro, também usávamos uma balça que era conduzido pelo sr. Manoel de Mello, conhecido por (Nequinho Mello).
Só em relembrar tudo isso, valeu muito apena passar esta madrugada lendo, refletindo e amando muito tudo isso
Parabéns pra vc. Fantástico
Evanilde Rocha Kirchner
Olá estimada Evanilde Rocha Kirchner, obrigado pela sua amável visita e o seu gentil comentário. Estamos felizes da mensagem que o Jardim que Encanta transmitiu a você, remetendo-a a lindas recordações da sua infância e o ambiente em que cresceu ao lado da sua avó. Esperamos contar com sua honrada visita outras vezes. Afetuoso abraço.
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