sábado, 11 de outubro de 2014

Gabriel o Pensador, um poeta que também sabe contar histórias.


Descrever Gabriel o Pensador, precisa antes de tudo, entender que ele é um poeta. Como tal, consegue com o seu prodígio e simpatia, conquistar todos que dele se aproximam. Através do seu estilo despojado de interpretar – o rap e o hip-hop – seus poemas bem elaborados, pensados e consagrados, evidencia com inteligência a cultura e a formação escolar, as quais dedica importante participação nesse contexto intelectual.

Está engajado em projetos que constam nos seus princípios, oferecer mais atenção aos menos afortunados, com oportunidades de preparação, para enfrentar todos os demônios das desigualdades e das segregações sociais, priorizando principalmente as crianças e os jovens. No entanto, os adultos interessados a absorver o bom hábito da cordialidade e da convivência compartilhada, também são bem recebidos. 

Posso dizer, mesmo me encontrando distante do seu convívio, fui um dos que teve o privilégio de ter tido uma conversa com Gabriel o Pensador. Mesmo sendo por meio de uma entrevista, ainda assim, pudemos manter um diálogo de informações sobre sua carreira e suas boas ações, que são fartas. Isto aconteceu durante um evento que aconteceu no início do mês de agosto deste ano, numa pequena cidade do interior de Goiás, chamada Sanclerlândia, onde se realizava as provas da 23ª edição do Jeep Cross, na cidade. Na ocasião, o seu show foi a atração principal e a mais aguardada.

Durante a entrevista, por sinal, muito descontraída, característica deste artista das rimas criativas, fluentes do artista rapper, convicto nas suas colocações. Gabriel disse que nos seus shows, como nas suas canções, ele mistura letras divertidas, com espaço para o improviso, transmitindo nos seus espetáculos muita animação. Em suas mensagens, faz questão de envolver sensações que eleva a autoestima das pessoas. Fala de amizade, de coisas boas, consciência de atitude e transformação.

Destacou que no carro que o conduzia ao local do show, havia uma garotinha. Enquanto conversavam, falou para ela, sobre uma música que escreveu e que faz parte dos seus shows, na qual, em dado momento, fala sobre “Como eu comecei a gostar de escrever”, cujo nome é “Linhas Tortas”. Se você gosta desta música clique aqui. Em seguida de maneira espontânea, começou a cantá-la para sua nova amiguinha: “Tudo começou na aula de português, eu tinha uns 5 anos ou talvez uns 6; comecei a escrever, aprendi ortografia, depois as redações para nossa alegria...” e por aí segue.

Esclareceu sobre o seu interesse de desenvolver iniciativas positivas em benefício das crianças e dos jovens, com o apoio dos professores, com o apoio da família, com o apoio de quem se ama. Quando escreve, faz por sentimento, por isto, gosta de falar sobre o amor. Inclusive, segundo ele, utiliza o refrão da canção do grupo Legião Urbana, Pais e Filhos na sua música “Palavras remetidas”. “É um dos momentos que mais gosto nos shows e a galera canta junto”, conta.

Concluiu a nossa conversa esclarecendo, que antes do pensador, vem mais um lance de intuição de sentimento que, ele acaba passando para o público. “O resultado não poderia ser melhor. Passa a existir uma troca de emoções muito forte com a galera e, a vibração transcende, irradia”, ressalta.

Gabriel o Pensador, escreveu três livros, em espaços diferentes. Em 2001, publicou Diário Noturno; em 2005, Um garoto chamado Rorbeto e em 2008, Meu pequeno rubro-negro. No entanto, Um garoto chamado Rorbeto, foi sua maior consagração como autor de livros. Um ano após sua publicação, em 2006, conquistou o Prêmio Jabuti, como o melhor livro infantil.

Em 8 de agosto de 2006, o jornal Folha de São Paulo, na sua publicação online,  fez um comentário, tomando por base o conteúdo do livro, no qual dizia, que o livro é uma fábula de um menino que se descobre diferente dos outros garotos. Rorbeto deveria se chamar Roberto. Graças ao analfabetismo de seu pai, que mal sabia falar, acabou sendo registrado com as letras trocadas. Mas Rorbeto aprendeu a pensar, a escrever e a contar. Um dia, descobriu que podia chegar até 11 usando apenas os dedos de suas duas mãos.

O constrangimento toma conta do garoto, que começa a ir à escola com a mão direita escondida dentro de um saco, torcendo para não ser descoberto pelos colegas. Mas a revelação, claro, é inevitável.

“Fluiu naturalmente, mas acabou sendo um livro educativo. Falo da aceitação das diferenças, da questão da alfabetização, que é muito importante. Não é um livro só para divertir, mas também para educar”, disse Gabriel durante o lançamento do livro no ano anterior.

Ele afirmou que tem poesias e textos, inclusive infantis, engavetados em sua casa. “Um garoto chamado Rorbeto” foi escrito em versos, mas usa linguagem coloquial. O verbo “estava”, por exemplo, aparece apenas como “tava”.

“No meu dicionário, existe o “tava” e o “estava”. Sou muito chato com o português, não gosto de nada errado. Mas algumas coisas eu libero um pouco, como essa subtração”, esclarece.

O escritor e cartunista Ziraldo, fez a seguinte ressalva na orelha de capa do livro Um garoto chamado Rorbeto. “Para mim, um dos melhores meninos da geração do Gabriel o Pensador é Gabriel O Pensador. Não sei se ele conquistou minha simpatia irrestrita pelo seu jeito verdadeiro de ser ou porque me pareceu ser uma pessoa extremamente generosa. Eu amo pessoas generosas. Ele tem, também, talento e perseverança. Quando essas duas qualidades se juntam numa pessoa só, resultam num produto humano de primeira qualidade.”
 


Um garoto chamado Rorbeto



No livro, Um garoto chamado Rorbeto, publicado em 2005, o cantor e compositor Gabriel o Pensador, conta uma história cheia de ritmo e da “verdade comovente”, que Ziraldo observou no compositor – agora confrade na literatura infantil. Com entusiasmo, é Ziraldo quem dá as boas-vindas a Gabriel no texto de orelha: “A história que conta aqui é, como ele, originalíssima, narrada com alegria e inventiva.”

Trecho do livro: O nome do Rorbeto era assim, meio diferente. Na vila onde ele morava não tinha luz nem gás, mas isso não importava, pois ele gostava era de nadar nas águas do velho rio, subir na jaboticabeira e jogar futebol até a noite chegar. Lá todos os moradores se tratavam como parentes, até mesmo o cachorro Filé.

Assim como o rio, o curso da vida corria, e o Rorbeto cresceu um menino esperto e curioso. Aprendeu sozinho, muitas coisas, inclusive a contar os amigos na ponta dos dedos, o pai, a mãe, o cão Filé e mais três. É aí que vem o susto: “Seis dedos em uma mão só?”

A descoberta deixou Rorbeto perturbado. Afinal, nessa idade ninguém quer ser diferente. A primeira reação é querer esconder, pondo a mão numa sacola. Mas quando Rorbeto aprende a escrever, é justamente a mão com o dedo a mais, que faz a letra mais bonita da classe.



Diário Noturno



Luis Fernando Veríssimo descreve Gabriel o Pensador, dizendo que “pessoas pensantes e artista falante, Gabriel pensa e diz ao contrário dos que pensam que pensam e produzem ruído. Já era uma raridade musical, agora é uma raridade literária.”

Quando era estudante de Comunicação Social, Gabriel Continho – esse é o seu nome de registro – ficava incomodado com o conformismo dos colegas diante de problemas graves, como a miséria, o racismo, a violência, a corrupção e as drogas. Para expressar sua indignação, começou a escrever letras de rap sobre todos os assuntos que o perturbavam.

Suas músicas criativas e polêmicas logo conquistaram o público e a crítica, tornando-o conhecido nacionalmente, como Gabriel o Pensador. Mas Gabriel não fica só nos versos. Do baú do rapper, saltaram textos de vários estilos, reunidos agora pela primeira vez, com a publicação de Diário Noturno.

A produção literária de Gabriel se inicia na adolescência. Nessa época, o Pensador já transitava por diferentes classes sociais: estudava em colégio de classe média e pegava onda com a galera da favela da Rocinha. Diário Noturno acompanha diversas fases da criação de Gabriel o Pensador e suas influências. Traz poemas, crônicas e memórias versando sobre fatos e curiosidades que marcaram sua vida.

Reflexões sobre a sociedade, o ato de criar, suas experiências como cantor e compositor, a relação familiar e com os fãs. Da seleção, algumas preciosidades, como redações escolares, reproduzidas do original, contendo notas e observações dos professores. Aliás, é para professores que Gabriel dedica seu livro de estréia.

Pensador, poeta, compositor, rapper e surfista. O leitor descobrirá as diversas facetas deste jovem artista que, com suas reflexões inteligentes, capazes de serem apreciadas mesmo por aqueles que não têm muita intimidade com a linguagem rap, tornam Diário Noturno, uma obra que reproduz o pensamento da geração hip-hop.

Notívago de carteirinha, Gabriel o Pensador, cria e até mesmo, pega onda enquanto a maioria está dormindo. Iniciou a carreira de cantor de rap em 1992, com a polêmica música “Tô feliz (matei o presidente). Desde então, lançou quatro álbuns, firmando-se no cenário musical brasileiro, português e nos países africanos de língua portuguesa, pela criatividade, irreverência e qualidade de seus trabalhos.


Meu pequeno rubro-negro



Trecho do livro: Blim Blom! Claudinho é novo na cidade e vai visitar o amigo de escola em um dia muito especial. Logo na chegada, mesmo antes do cumprimento natural, vai logo dizendo: – Meu pai vai levar a gente pro jogo! – Que jogo? – O jogo do Flamengo, ué! Com uma camisa rubro-negra da sorte emprestada, Claudinho vai se maravilhar com o Maracanã e descobrir a maior torcida do Brasil. Uma multidão apaixonada, que faz os adversários tremerem com seus cantos e gritos de guerra.

Durante o jogo Claudinho passa a conhecer um pouco da história do Flamengo, “o mais querido”, um time que revelou grandes craques e deu shows de bola inesquecíveis, tornando-se o único Campeão do Mundo, entre os cariocas. Com uma história pulsante e divertida, no ritmo mágico do futebol, Gabriel o Pensador conduz o leitor para dentro do Maraca, ou seja, para dentro do coração do Flamengo. E uma vez Flamengo, sempre Flamengo. Então sai do chão, sai do chão! A torcida do Mengão! 



Quem é Gabriel o Pensador



Gabriel o Pensador, nasceu no Rio de Janeiro, em 1974, no bairro de Vila Isabel, ali pertinho do Maracanã. Apaixonado pelo Fla é sócio honorário do clube e, acompanha os seus jogos até mesmo no trabalho, no camarim de um show, no estúdio. Entretanto, não é difícil vê-lo no estádio.

Ainda menino, escrevia letras de música na escola e, em 1992, começou sua carreira artística com a fita demo, Tô feliz (matei o presidente), censurada pelo Ministério da Justiça, pouco antes da renúncia do então presidente Fernando Collor de Melo.

Gravou sete álbuns e um DVD. Na literatura, publicou Diário Noturno, em 2001 e Um garoto chamado Rorbeto, prêmio Jabuti de melhor livro infantil, em 2006. Mário Alberto faz parte da terceira geração de uma nobre linhagem rubro-negra, orgulhosa de ser inteiramente formada por torcedores do Flamengo, sem exceções.

Entre os momentos mais importantes de sua vida, constam: o gol de Rondinelli, em 1978; a madrugada de 13 de dezembro de 1981 e, o dia em que decidiu ser ilustrador durante o curso de programação visual na Escola de Belas Artes da UFRJ. Há onze anos trabalha no Diário de Esportes Lance. O único momento em que não torce pelo Fla, é na hora de fazer as suas charges. Somente nessa hora.


Se achar conveniente, seu comentário será bem-vindo. Au revoir...

Fonte: excertos do site www.jpensador.com.br e da internet


A propósito, você já acessou a fan page do meu livro infantil Juju Descobrindo Outro Mundo? Não imagina o que está perdendo. Acesse: www.fecebook.com/jujudescobrindooutromundo.

E o site da Juju Descobrindo Outro Mundo, já o acessou? Se eu fosse você iria conferir imediatamente. Acesse: www.admiraveljuju.com.br 



Imagens: Google