Quando uma pessoa tem a coragem de despir-se da arrogância, despir-se da intolerância, e até mesmo dos seus sentimentos mais arraigados e profundos, o quê podemos dizer? Ou está passando por um estágio de delírio; é consciente além do perceptível, sábia e destemida; ou um poeta capaz de colorir a tristeza, a solidão e a miséria, com a tinta extraída da sua própria essência.
O poeta tem o clamor do pensamento, as
mãos que escrevem o sentimento. Tem no seu intimo a beleza do amor, a nostalgia
da dor e a luz da alma. Sussurra com delicadeza palavras que faz bem ao coração.
E descreve a magia da ternura e o fervor da paixão, aspirando suave perfume de onde
pouco se nota.
Fernando Pessoa em um de seus momentos
de esplendor criativo, reacende o ardor da sua gloriosa exaltação poética, ao
interpretar que, “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na
intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas
inexplicáveis e pessoas incomparáveis...”
Remisson Aniceto é uma dessas pessoas
incomparáveis. Utiliza da sua sutileza para descrever o bendito da inspiração e
sabe como poucos, traduzir o lirismo em momentos inesquecíveis, com tal convicção
que encanta até os mais incrédulos sobreviventes da desventura.
Reviveu com sua própria grafia o
célebre poema de Manuel Bandeira, "Vou-me embora pra Pasárgada", desenhando o
seu “No céu de Pasárgada”; criou “Fantasia” para Rosangela de Fátima,
descrevendo-a como bela flor, purpúrea, serena, de sutil formosura, eflúvio de
rosas. Não satisfeito questionou com habilidade, a equivalência torpe entre
guerra e paz, que Leon Tolstói no seu romance (1865 - 1869), considerou como uma reação do livre-arbítrio.
Bússola Literária neste momento
singular de sua tendência literária, não poderia deixar de destacar o talento
deste pensador e vigoroso erudito, construtor de versos germinados das
entranhas da sua sublime vocação poética. Alimento que imortaliza a senda das
palavras que se multiplicam, para tornarem-se num extraordinário castelo de inspiração.
Senda
poética de Remisson Aniceto
A poesia é a roda e o eixo do mundo:
tudo se move a partir dela. Senhora das emoções, encontra-se em cada detalhe,
em cada sorriso, em cada lágrima, em cada fala, em cada objeto. Às vezes quase
imperceptível, ela sutilmente movimenta o mundo e o transforma, promovendo a
integração e a harmonia entre os povos.
A poesia pode ser classificada como o “Quinto
Elemento” necessário à vida. Assim como a água, a terra, o fogo e o ar, a poesia sacia a sede do espírito, germina e floresce, aquece e oxigena o sangue,
abrindo novos horizontes.
Transitória ou permanente de acordo com
o olhar de cada leitor, por si só, ela torna-se perene, fica. Na poesia podemos
encontrar o caminho para a Paz. “Lê e critica os meus versos, que te é
permitido fazê-lo. Só não me prives, de peço, do direito de escrevê-los”.
(Remisson Aniceto)
No céu de Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá eu é que sou o rei
Lá terei tudo que quero
Na terra que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá eu é que sou o rei
De uma terra encantada
Que um dia abandonei
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá todo mundo é rei
Lá poderei encontrar
Tudo que em vão procurei
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá eu serei feliz
Lá poderei despertar
Na rica Terra do Sem Fim
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá só vive gente boa
Lá, sem cetro e sem coroa
Serei rei e súdito de mim
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá terei uma mulher só minha
Lá todo mundo é feliz
Cada rei com sua rainha
Lá montarei em cavalo
E verei o sol nascer
Lá tenho amigos reais:
Cecília, Carlos, Manuel...
Que me dizem que Pasárgada
Faz divisa com o céu
Onde dá pra ir e vir
Num piscar de olhos
E se algum dia talvez
A tristeza brincar comigo
Querendo em Pasárgada abrigo
Ou se a morte desdenhar
Da alegria de um amigo
Basta eu me lembrar
Que em Pasárgada sou rei
Que lá todo mundo é rei
Vou-me embora pra Pasárgada
De onde um dia saí rei
E desde então me perdi
Vou-me embora pra Pasárgada
De lá não mais sairei
Fantasia
(Para Rosangela de Fátima)
(Para Rosangela de Fátima)
Ó bela Flor, purpúrea, serena,
de sutil formosura, eflúvio de rosas...
Desvelada Flor, sublime, amena,
mescla escarlate das veias ardorosas.
Ó infinita Flor, plácida, aérea,
rubra Flor dos meus anseios...
Visão indelével, magicamente etérea,
lampejo de cor dos devaneios...
Ó Ros'angelical, rósea Flor mirim,
fulgente glória dos meus sonhos,
cobre-me com pétalas carmim!
Ó majestosa Flor, pujante e sincera,
sê real! Dissipa a névoa do medonho,
ó inefável Flor de Quimera...
Guerra, por quê? Por que não a PAZ?
Em homenagem ao dia 21 de Setembro – Dia
Internacional da PAZ
A guerra advém da desinteligência e
insensatez de um povo, subtraído mesmo que temporariamente de sua razão através
de inflamados discursos ideológicos proferidos por líderes supostamente
inteligentes. Líderes cultos, talvez, sábios, nunca. A sabedoria não se resume
num maior acúmulo de informações. Sábio, só aquele que, mesmo tendo seus
direitos furtados, consegue abrigar no coração a compreensão e a tolerância.
Sábio, só aquele que hasteia a bandeira da PAZ e a leva sempre erguida.
Por que a guerra? Por que não a PAZ?
O pensamento crítico e o bom senso são
fundamentais para que haja sempre um estado de harmonia entre os povos.
A deflagração de uma guerra é a mais
forte prova da insensatez humana.
Só a fé em Deus faz nascer e frutificar
a PAZ em nossos corações.
Salve a PAZ!!!
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