segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Era uma vez Papai Noel


Quando presenciamos uma criança maravilhada com o brinquedo que acabara de ganhar no Natal; sua felicidade refletida na delicadeza do seu sorriso inocente, nos remete a pensamentos alegres que esta data significou para muitos de nós adultos. Todavia, em algumas ocasiões, essa noite tão esperada, tornou-se símbolo de decepção, até de nostalgia, quando imaginamos a quantidade de crianças, que sequer recebeu o seu brinquedo por mais simples que fosse. O sonho do presente vindo de muito longe, entregue pelo Papai Noel no seu trenó voador, puxado por nove renas com poderes mágicos, nem sempre acontece como deveria. Não fossem, a atitude carinhosa, manifestada no próprio lar, muitas crianças seriam marginalizadas e o seu presente não passaria de um insignificante sonho. Felizmente, há quem se preocupa e o faz acontecer.  

É nesse momento que o sentimento de generosidade familiar invade a sensibilidade humana e os filhos não são esquecidos. Permitindo sobreviver à presença do bom velhinho, mesmo de forma anônima, pelas mãos singelas e calejadas de uma mãe, de um pai ou de alguém responsável, devido à orfandade do destino. Contudo, a grandeza desse amor incondicional, mantém vivo o lirismo do imaginário infantil e a felicidade persiste, transcendendo a barreira do infortúnio para viver somente o esplendor do Natal.

Todos os dias nós nos confrontamos com desafios. Alguns desanimadores, outros indecifráveis. No entanto, entre todos, dois deles martelam na nossa consciência, fazendo-nos refletir os por quês das nossas dúvidas no momento de enfrentá-los: acreditar e superação. Para essas duas determinações, às vezes temos que sacrificar projetos considerados redentores, mudar fórmulas e nos redescobrir. Buscar a verdadeira razão para o nosso encontro com nós mesmos.

Reencontrar o nosso próprio equilíbrio não é fácil.  Obstáculos tempestivos existem, são reais e intransferíveis. Todavia, para que tudo termine bem e o oponente superado, é necessário confiar nas nossas potencialidades, na concepção dos nossos sonhos e conquistar a alegria tão desejada, sem medo de encarar outros desafios que por certo virão. Que tal, da próxima vez, alcançar a nota máxima no seu salto à distância pelo qual tanto lutou? Não importa o que as pessoas pensam e exigem, acredite, o salto é seu somente seu, então voe e conquiste esse seu universo glorioso, restaure sua fé e a sua autoconfiança.

Por exemplo: A magia do Natal precisa voltar a habitar entre as pessoas. Para que, a fé lúdica das crianças não se eterise no anacronismo que a data tenta eternizar pela sua importância memorial; não alimente a diluição do sonho de um milagre, que ao longo dos tempos vem se desgastando pelo excesso impertinente da ausência do amor, da presença de Deus na vida dos gananciosos, dos famigerados seres humanos que só enxergam o valor do dinheiro.

Esta realidade soberba, impiedosa e implacável conseguiu eliminar o encanto e a beleza do Natal, tornando as crianças céticas quanto à existência do Papai Noel. Destruiu a pureza dos sonhos de infância, quando o bom velhinho era aguardado com ansiedade por todos. Independente se a data estivesse mascarada nos rótulos das marcas comerciais e a preocupação principal etiquetada com fatores meramente econômicos, ainda assim, era Natal, era a presença lúdica de Papai Noel e a confirmação das profecias pregadas pelos profetas bíblicos da vinda do Messias, o filho unigênito de Deus.

É importante que a humanidade continue acreditando no Natal e, sobretudo, no dia do nascimento do menino Jesus, 25 de dezembro. Acreditar na estrela de Belém que guiou os Reis Magos à Jerusalém; ter a humildade para reconhecer que um modesto estábulo acolheu o Messias e uma simples manjedoura serviu de leito para o filho de Deus. Que o seu nascimento não corresponda apenas uma ilustração bíblica, mas sim, no enviado de Deus na terra, para salvar a humanidade dos seus pecados e ensinar o verdadeiro sentido do amor. E, deixar esse amor registrado como o seu principal mandamento: "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." (Marcos 12:30-31).

Para muitos adultos e até mesmo para muitas crianças, Papai Noel é uma utopia, é um hipócrita seletivo nas suas escolhas, no momento de dar o seu presente de Natal. Ele está mais preocupado em visitar os lares dos granfinos, acenando um adeus ao sonho e a magia que perpetuou ao longo dos tempos, para aquelas crianças que estão à margem da sociedade, desprovidas do resultado financeiro. Quem sabe em algum lugar as crianças infelizes por terem de conviver com as dificuldades diárias, encontrem o pássaro azul e com ele a felicidade?  Surpresas maravilhosas podem acontecer, precisa-se apenas acreditar.

Muitas das vezes a insatisfação gera conflitos e o egoísmo se manifesta arrogante e destruidor. Mínimas coisas são motivos de desavenças, por isto, a presença da humildade seja tão necessária. Ela é complacente e tolerante, capaz de produzir efeitos mágicos surpreendentes de bondade e compreensão. Duas virtudes pilares para a boa convivência. Não ostenta o luxo, substitui este brilho artificial, pelo vigor da sabedoria. Esta sim, é uma companhia fecunda e real solução para tantos males que teimam serem soberanos. Então o olhar terno da criança modifica a face vincada do sofrimento, pelo resplandecer da aurora e o prelúdio de uma nova vida, refeita pela boa vontade de Deus, que brota através da semente do amor.

Bússola Literária estará ao seu lado criança de todas as idades, comemorando a mensagem que a data requer; seguindo a Estrela de Belém, ao lado dos reis magos e do bom velhinho, seja ele atendendo pelo nome de Noel, Nicolau, Claus e tantos outros nomes, mas que esteja vestido de vermelho, cabelo e barba brancos, viajando pelo mundo distribuindo bondade e simpatia, no seu trenó mágico e suas renas, em inglês: Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzen. Em português: Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago. Portanto Feliz Natal pra ti, e que, em 2015, continuemos juntos, distribuindo sorrisos e bons momentos de leitura.

Ah, o Bússola Literária, não poderia deixar sua noite e o seu dia de Natal, sem algo interessante para ler. Por isto, seguem-se três pequenos e belos contos, cuja autoria é desconhecida, sobre os quais não temos dúvidas, farão muito bem ao seu coração.



O Presente



Acordei nesse primeiro dia de dezembro, com vontade de comprar um presente para Jesus, afinal, não existe maior amigo que o Mestre dos Mestres, e no dia 25 o aniversário é Dele.

Saí cedo de casa e fui ao maior Shopping Center da cidade, pensei primeiramente numa camisa branca, mas quando vi que o branco mais branco da Terra, ainda era cinza perto da sua pureza, fiquei com vergonha e desisti. Em outra vitrine vi um sapato de couro, lindo e caríssimo, mas quando me lembrei dos seus pés calçados pelas sandálias da missão cumprida, achei que não existiria na Terra algo tão confortável que merecesse os seus pés.

Uma caneta foi isso que a próxima vitrine me apresentou, uma linda caneta de marca famosa. Seria um lindo presente, mas lembrei-me que Ele nunca escreveu nada, tudo que Ele falou, mostrou na prática, servindo e amando sempre.

Lembrei-me, que um dia Ele falou que não tinha sequer um travesseiro para recostar sua cabeça, então eu pensei no melhor travesseiro de plumas de uma loja especializada em sono. Era importado e muito confortável, mas lembrei-me que os justos dormiam tranquilos e que Ele jamais usaria o travesseiro.

E, assim fui olhando as vitrines, abotoaduras de ouro, malas de viagem, bebidas finas, comidas importadas, tudo supérfluo, tudo matéria que o tempo iria corroer. Confesso que saí um pouco chateado do Shopping, afinal eu saíra para comprar um presente para Você Jesus, e não havia achado nada. Na porta do Shopping, um menino muito miudinho sorriu para mim, perguntou meu nome e eu o dele. Ele riu e me estendeu a mão, tinha o rosto muito sujo, as mãos encardidas; perguntei pela sua mãe, ele deu de ombros, sobre o pai, nem sabia onde estava... perguntei se ele queria tomar um lanche, ele sorriu um sim, pegou na minha mão.

Na porta do Shopping olhou para suas roupas e olhou para mim. Sabia que não estava corretamente vestido, peguei-o no meu colo – era a senha para ser feliz –, seus olhinhos miúdos percorriam aquelas luzes, enfeites e pessoas bonitas como se fosse um filme de Walt Disney...

Na lanchonete sentou na cadeirinha giratória e sorriu como “reizinho”, e entre uma montanha de batatas fritas, ríamos felizes como dois velhos amigos.

Falamos sobre bolinha de gude, pipas e bola de futebol, coisas importantes para o ser humano, principalmente, quando somos crianças. Devoramos dois lanches e, quando perguntei se ele queria um sorvete gigante como sobremesa, seus olhos brilharam feito o sol. Pedi um instante, fui até o caixa, quando voltei com os sorvetes na mão, ele já não estava mais ali...

Por um instante, pensei que ele havia ido ao banheiro ou estaria olhando a lanchonete, mas não estava ali mesmo. Foi quando sobre a caixa de batatas vazias, vi um papelzinho, um bilhetinho escrito com letra miúda, que dizia assim: “Obrigado pelo melhor presente de aniversário que poderia me dar. Fizeste feliz um dos pequeninos do mundo!”



A maior bronca que já levei




Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de medicina, logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu?

Que nada. Com certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa. Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei.

- Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez, disse, levantando a voz e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou.

- Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos, observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente, aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95%, servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.

- O interessante é que esta percentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que, de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.

- É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo, sabendo ter investido nos melhores.

- Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo será capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto.

- Claro que cada um de vocês, sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de (...).

Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, que a minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia, durante todo o semestre. Afinal, quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto?

Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%. Mas, como ele disse, não há como saber, se estamos indo bem ou não. Só o tempo dirá a que grupo pertencemos.

Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos; se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente, sobraremos na turma do resto.




O Presente das Rosas




Três homens, sendo um ingrato, um conformado e um generoso, foram visitados, no mesmo instante e local, por um Gênio saído da lâmpada.

Diante do inusitado um deles falou:

- Gênio, o que nos trazes?

- Rosas! – Disse o Gênio.

E, abrindo o seu manto mágico, dele retirou três lindos buquês de rosas, que os ofereceu aos visitantes, entregando um para cada. Antes de partir, olhou-os fixamente, percebendo algum desapontamento por conta da simplicidade de sua oferta, justificou-se:

- Rosas... porque elas são jóias de Deus. Deixam a vida mais rica e bela! Os homens se entreolharam surpresos e, após se despedirem, cada um seguiu o seu destino, dando finalidade diferente ao presente recebido.

O ingrato, maldizendo sua falta de sorte, por haver encontrado um Gênio e dele recebido apenas flores, jogou-as num rio próximo.

O conformado, embora entristecido pela singeleza do presente, levou-as para casa, depositando-as num jarro.

O generoso, feliz pela oportunidade que tinha em mãos, decidiu repartir seu presente com outras pessoas. Foi visto pela cidade distribuindo rosas, de ponta a ponta, com um detalhe: quanto mais rosas ofertava, mas seu buquê crescia de tamanho, beleza e perfume. Ao final, retornou para casa com uma carruagem repleta de rosas.

No dia seguinte, no mesmo local e instante, os três homens se reencontraram e, de súbito, ressurgiu o Gênio da véspera.

- Gênio, que desejas? – Disse um deles.

- Que as vossas rosas se transformem em jóias! – Disse o Gênio.

Dessa forma, o homem generoso encontrou em casa uma carruagem repleta de jóias, extraordinariamente belas, tornando-se rico comerciante.

O homem conformado, retornando imediatamente para o seu lar, encontrou, pendurado sobre o jarro, onde depositara as rosas, um lindo e valioso colar de pérolas. Resignou-se em ofertá-lo à sua esposa.

O homem ingrato, dirigindo-se ao lugar onde jogara o buquê de rosas, viu refletindo sobre as águas, um brilho intenso, próprio de jóias valiosas, que sumiram de seus olhos, quando se atirou ao rio no propósito de alcançá-las.


Nota: O Bússola Literária tem o prazer de agradecer ao site Contadora de Histórias, pela nobreza de compartilhar estes três lindos e edificantes contos, extraídos do seu arquivo. Obrigado ao seu administrador, com os nossos votos de um feliz Natal! E que, em 2015 continue publicando textos com esplêndidos exemplos de virtudes invejáveis.



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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Atarantada, jamais... Veleidade, talvez... Mar do sudeste, mas é claro!


Recebi esta semana, o livro de poemas Atarantada, de Noélia Ribeiro. Não resisti à atração insinuante dos seus versos de amor inquieto, envoltos num clima de ardentes desejos. Onde a força expressiva do lirismo implícito, denota a existência de um frenesi sintomático do sentimento declarado. Revelando a carência afetiva a despeito de sonhos flamejantes. No entanto, o seu fascínio poético transcende a sonoridade do vento, guiando o albatroz no seu voo sedutor, exibindo livre sua majestosa elegância. Fazendo-se ressurgir do seu exílio fóbico, para se juntar aos libertos. Como manifestantes silenciosos, riscam o colo das nuvens escrevendo palavras extraídas da mente contemplativa.

Senti-me sendo transportado no dilúvio da sua inquietação ardente e tempestiva. No mesmo momento em que descreve a lascívia, beija o amor, caminha pela praia, respira o orvalho da manhã, sonha os sonhos de uma deusa, até lembrar-se do seu pai Raimundo, exprimindo a mesma doçura do amor imutável. Este irresistível tour sobre um belo tapete voador, fez erigir-me na fortaleza de um colosso, aspirando o suave perfume do suor brotando na pele depois de um clímax memorável.

Noélia tem a versatilidade segura e a beleza de uma borboleta que escolhe com sabedoria a flor onde pousar. Está conectada a uma mente saudável e intangível semelhante a do elefante que jamais esquece o seu passado. Sua flor preferida, acredito eu, são os lírios, porque não dissimulam sua virilidade autêntica, nem se esconde nas brumas do anonimato. Se destaca pela imponência dos seus filetes embrionários, tornando-se mais entorpecedor que o cravo, casualmente visível na lapela de um “black-tie”, "blazer" ou paletó refinado em noite de gala. Entretanto, o seu tempo de deslumbre é tão efêmero, quanto à vaidade do seu hospedeiro.

Assim que terminei de ler o seu livro Atarantada, título que desconheço o motivo, sei apenas que não existe nada de inexplicável no seu conteúdo. Passei a refletir sobre a essência das poesias nele eternizadas. A partir daí, achei que deveria procurar interpretar a subjetividade que as envolvem. Então, notei que havia chegado o momento de rever o filme Sociedade dos Poetas Mortos, depois de muitos anos que o havia visto pela primeira vez. O roteiro escrito por Tom Schulman transportou-me para uma realidade notável, vivida pelos alunos da elitista Academia de Welton, em 1959, arraigada a tradições conservadoras e arrogantes. Contradizendo o pensamento de alguns alunos das aulas de literatura, capitaneadas pelo professor de poesia John Keating, interpretado por Robin Williams, os quais acreditavam na ideia do “Carpe diem” – aproveite o dia, aproveite a vida.


Eis aí, quatro poemas extraídos do livro Atarantada, de Noélia Ribeiro:




Carne Viva

A carne é fraca
diante de tudo
o que pulsa e invade.
Sofre de repulsa
por formalidades.

A carne é fraca.
Entra em cena
com alguns disfarces
mas não teme
mostrar a outra face.

A carne é repetente.
Escuta a lição
e não aprende.
Sabe somente
de inquietação.

Para ela tanto faz
se o contentamento
vem a prazo ou à vista.
Este é o melhor momento.
A carne é hedonista.

Não se alimenta apenas
de olhares furtivos.
A carne também é aberta
ao enlace permitido.
 

Quando aprisionada,
a coitada sucumbe
de dor que não se aplaca,
pois, embora atrevida,
a carne é muito fraca.





Mar do Sudeste


As ondas vão e vêm,
lavam meus pés
e o corpo também.

Só não lavam a alma.

O mar o corpo acalma,
mas os pensamentos, não.
Estes vêm e vão
em ondas de aperreio.

Imenso mar do sudeste,
purifica meu corpo sem veste,
afasta os males da alma
e segura o timão dos devaneios.




Veleidades

Sobre o colchão lilás do meu sonho
dormem os homens
que meu pudor indeciso permite.

Permanecemos a sós
naquele quarto
pequeno para meus voos,
grande para meus sonhos.

No colchão lilás do meu quarto
escrevo poemas de amor,
faço planos que não realizo,
leio Elisa, Nicolas, Carlos,
ouço Chico, Ella, Zeca
e sonho...

Assim gosto de ser:
uma mulher sonhadora
que partilha com os outros
música, letra e prazer,
verdades e veleidades
em meu colchão lilás.



Se você aparecer sem avisar

Se você aparecer sem avisar,
poderá parecer-lhe estranho
ver-me Afrodite inaugurada
emergindo do oceano.

Se você chegar de súbito,
poderá encontrar-me destemida
tomando de Eva a maçã
para dar a primeira mordida.

Se você for caminhar pela praia
sem antes comunicar,
poderá avistar-me qual Daniela,
louca para contracenar.

Mas se você marcar um encontro
com data, hora e lugar,
surgirei imaculada.
E depois de um suave beijo
e do arrepio oculto do seio,
eu lhe direi de forma singular:
faz tempo que não o vejo.



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sábado, 1 de novembro de 2014

O Construtor de Amigos, tributo às Minas Gerais e sua gente


Na obra literária “O Construtor de Amigos, Príncipe e Poeta que Reina Além das Montanhas”, a autora Roswyta Ribeiro, exalta a necessidade da boa convivência recíproca; enaltece a elegância do comportamento bem estruturado, fundamentado no simples ato da compreensão e do amor. Atitudes determinantes como instrumento de promover a paz e a igualdade entre as pessoas, coerentes com a intransferível importância da cordialidade.

Sua narrativa não ficcional, construída na primeira pessoa, cuidadosamente alinhavada com poéticas analogias e metáforas. Transmite a necessidade da superação dos problemas existenciais que envolvem as incompreensões e as incertezas, por meio de uma consciência edificada no amor sob todos os aspectos. Permitindo que as pessoas descubram em si mesmas, o seu notável patrimônio repleto de maravilhosas oportunidades de crescimento e conquistas espetaculares.

Experiências concernentes no cerne da sua vocação literária e a realidade vivenciada. Em que, a poesia retratada pelos construtores de amigos, tornou-se possível germinar no seu coração o amor por sua Minas Gerais e tudo que ali nasce, cresce, floresce e dão sabor inigualável aos frutos que a terra fértil gentilmente presenteia em abundância. A ter orgulho de ser filha de um Brasil colorido, e sua relação interracial, resultado da forte migração de outras nacionalidades ocorridas ao longo dos anos e que, aqui, fincaram raízes.

Será, quem sabe, este o motivo de afirmarem que Deus é brasileiro? E o Cristo Redentor esteja com os seus braços abertos para abraçar, não somente o Rio de Janeiro, mas toda a pátria amada e quem nela vivem! São por esses e outros motivos, que Roswyta em momento algum, se omite de suas tradições. Ressalta com dedicada atenção, as singularidades da sua terra natal. Os costumes do seu povo, suas crenças cristalizadas em dias melhores e sua fé indomável, que fortifica os laços entre si. Principalmente no que tange a máxima da gentileza inerente do simples cidadão comum até o mais cívico personagem histórico.

Resgata a existência do cancioneiro romântico, às vezes fugaz, com suas melodias ardorosas que sintetizam a paixão de sua gente. Desde as festas realizadas numa sintonia perfeita com o homem do campo e o seu braço forte de camaradagem, até a reticência que se prolonga enraizada, como um cipreste florido que apazígua a estonteante e assombrosa convivência urbana, através das serenatas efervescentes e inebriantes.

Sem qualquer formalidade, a escritora estabelece uma vigorosa harmonia ilustrativa, já registrada, com muita propriedade, por outro estupendo e memorável escritor, José Mauro de Vasconcelos, que tão bem soube narrar às origens do cordão umbilical familiar do povo mineiro. Transmitindo nos seus livros a leveza de suas ideias, concentradas na primorosa riqueza de conteúdo, sabiamente implícita na simplicidade das suas personagens, que na minha adolescência alegrou-me com suas envolventes situações de convívio familiar, onde exemplos modestos representavam fascinantes significados aos costumes da minha terra, Goiás.

José Mauro de Vasconcelos, como bom mineiro que era, retrata na sua obra Meu Pé de Laranja Lima, tal qual uma sonata de amor, a maneira simples que a família mineira conduz os seus filhos na retidão dos bons costumes e respeito à ordem familiar. Levando-os a honrar os princípios de união, mesmo nas situações mais adversas e difíceis do dia a dia. Orientando-os a enfrentar as dificuldades sem perder a dignidade.

As crianças menos favorecidas desde cedo, conseguem driblar a falta de recursos financeiros, substituindo os brinquedos de alta tecnologia, por outros simples concebidos pela imaginação criativa. Detentores de fecunda originalidade inovadora utilizam objetos descartáveis, tornando-os inigualáveis. Graças ao efeito mágico, próprio das brincadeiras singelas. As meninas criam suas bonecas de pano e os meninos seus carrinhos com rodas de carretéis, mantendo o mesmo poder de encanto e deslumbramento. Inspirados na magia da simplificação conseguem tornar viva a pureza da alma. 

Existe inclusive, uma expressão popular, que afirma de forma divertida, que o mineiro nas suas andanças tornou-se um goiano cansado. Brincadeira à parte, pois, cada um possui suas singularidades irretocáveis. Contudo, o mineiro por onde passa leva consigo o lirismo poético e apaixonado da sua cultura, refletido no seu vocabulário cognitivo, característica simples e despretensiosa do seu despertar; dos seus costumes seculares a culinária que nos faz salivar pelo aroma e, as manifestações coletivas dos laços que se fortalecem num cordial olhar e no sorriso amistoso.

A escritora Roswyta Ribeiro também destaca na sua obra, a legitimidade e o fervor às classes produtivas do nosso país. Em especial aos professores, que são os pilares das nossas respostas futuras. São eles que, por amor e responsabilidade, abraçam com determinação sua missão de tornar as salas de aulas, a extensão do leito familiar, onde a educação é a razão dos princípios ainda aprendidos no berço doméstico. Fator indispensável à boa conduta da formação como indivíduo racional e íntegro quanto ser humano, alicerçados nos mais autênticos predicados e adjetivos da moral.

Em determinado momento do seu livro, Roswyta Ribeiro orgulha-se ter presenciado o simbolismo lúdico que a música representou para o seu cenário de vivências. “Convém ressaltar que eu também tive o privilégio de viver uma época de profundas e rápidas transformações em todas as áreas: de Elvis Presley e Sinatra a Michael Jackson, de Beatles e Rolling Stones a Madonna, de Chico e Caetano a Cazuza e Ana Carolina e às músicas sertanejas de boa qualidade com poesia. Por fim, já testemunhei a conquista de alguns títulos mundiais do futebol brasileiro e alguns vexames históricos. Gosto de ouvir Strauss, Mozart, Vivaldi, André Rieu, KG. Mozart preconizou que a música jamais deve ser esquecida, jamais deve deixar de ser música.” – Avalia.

Laureada com merecido presente, a autora foi conhecer de perto em Portugal, a vila portuguesa Constância, pertencente ao Distrito de Santarém, situada bem na confluência dos rios Tejo e o Zêzare, local onde o poeta Luis Vaz de Camões, autor dos “Lusíadas”, viveu por alguns anos e, todo dia 10 de junho se realiza as Pomonas Camonianas, festa que o homenageia. E, as festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, muito parecida com a do Bom Jesus dos Navegantes, que acontece em 1º de janeiro, na Bahia, pela procissão de barcos ornamentados que, Dorival Caymmi tão bem retratou na sua música.

“Cem barquinhos brancos/ nas ondas do mar/ uma galeota/ a Jesus levar/ Meu Senhor dos Navegantes/ venha me valer/ Meu Senhor dos Navegantes/ venha me valer// A Conceição da Praia/ está embandeirada/ de tudo quanto é canto/ muita gente vem/ de toda parte vem/ o baticum do samba/ até a capoeira/ também o candomblé/ o sol está queimando/ mas ninguém da fé// Meu Senhor dos Navegantes/ venha me valer/ Meu Senhor dos Navegantes/ venha me valer//.”

O inusitado também se faz presente na sua narrativa, quando a autora faz uma referência no mínimo curiosa, ao comparar nossa atual condição de vida à tragédia teatral de Romeu e Julieta. “Mas é assim que, neste Brasil da era moderna, conseguimos trazer a nossa releitura da famosa estória shakespeariana sobre o amor impossível de Romeu Montechio e Julieta Capuleto. Pois que existem semelhanças entre a beligerância das famílias da história e o cenário de cólera que podemos encontrar nos campos e cidades brasileiras... Como continua estranho o contraste entre a guerra constantemente travada pelos povos que, não obstante, buscam a paz! – Diz Roswyta.

O Construtor de Amigos é mais que um livro de memórias sobre o passado glamoroso de Minas Gerais. É, sobretudo, um resgate da história e dos causos mineiros. Descreve sobre os importantes representantes da aristocracia local; sobre os incomuns e fantásticos artistas plásticos, escultores, poetas, romancistas e contistas; sobre as cidades e os monumentos históricos, hoje patrimônio da humanidade; igrejas e casarões fontes de inspirações para memoráveis histórias cantadas e contadas em verso e prosa; sobre os intrépidos desbravadores e suas potenciais riquezas minerais. Relata também, desde a irreverente Dona Beja aos idealistas Inconfidentes.

Admirável escritora Roswyta Ribeiro, com a finalidade de enaltecer ainda mais, o valor da sua criação literária, que já é uma máxima. Um tributo de amor, à sua terra natal. O Bússola Literária achou justo, homenagear sua obra, “O Construtor de Amigos, Príncipe e Poeta que Reina Além das Montanhas” que exalta de forma preciosa a exuberância das belezas naturais do seu Estado e o valor incontestável do seu povo, com o hino da sua amada terra.

Este é o hino de Minas Gerais. Baseado na valsa italiana “Viene a sul maré”. Sua letra foi adaptada por José Duduca de Moraes. Sua primeira gravação foi em 1942. No entanto, vários corais e cantores o interpretaram, dentre estes Milton Nascimento, destilou emoções ao cantá-lo.





Hino de Minas Gerais

Oh! Minas Gerais!

Tuas terras que são altaneira
O teu céu é do mais puro anil.
És bonita, oh terra mineira,
Esperança do nosso Brasil.

Tua lua é a mais prateada
Que ilumina o nosso torrão!
És formosa, oh terra encantada!
És orgulho da nossa nação!

Oh! Minas Gerais!
Oh! Minas Gerais!
Quem te conhece
Não esquece jamais
Oh! Minas Gerais!

Teus regatos te enfeitam de ouro.
Os teus rios carreiam diamantes.
Que faíscam estrelas de aurora
Entre matas e penhas gigantes.

Tuas montanhas são preitos de ferro
Que erguem da pátria alcantil!
Nos teus ares suspiram serestas.
És altar deste imenso Brasil!

Oh! Minas Gerais!
Oh! Minas Gerais!
Quem te conhece
Não esquece jamais
Oh! Minas Gerais!

Lindos campos batidos de sol
Ondulando num verde sem fim
E as montanhas que, à luz do arrebol,
Têm o perfume de rosa e jasmim.

Vida calma nas vilas pequenas,
Rodeadas de campos em flor,
Doce terra de lindas morenas,
Paraíso de sonho e de amor.

Oh! Minas Gerais!
Oh! Minas Gerais!
Quem te conhece
Não esquece jamais
Oh! Minas Gerais!

Lavradores de pele tostada,
Boiadeiros vestidos de couro,
Operários da indústria pesada,
Garimpeiros de pedra e couro.

Mil poetas de doce memória
E valentes heróis mortais,
Todos eles Figuram na história
Do Brasil e de Minas Gerais.

Oh! Minas Gerais!
Oh! Minas Gerais!
Quem te conhece
Não esquece jamais
Oh! Minas Gerais!




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sábado, 11 de outubro de 2014

Gabriel o Pensador, um poeta que também sabe contar histórias.


Descrever Gabriel o Pensador, precisa antes de tudo, entender que ele é um poeta. Como tal, consegue com o seu prodígio e simpatia, conquistar todos que dele se aproximam. Através do seu estilo despojado de interpretar – o rap e o hip-hop – seus poemas bem elaborados, pensados e consagrados, evidencia com inteligência a cultura e a formação escolar, as quais dedica importante participação nesse contexto intelectual.

Está engajado em projetos que constam nos seus princípios, oferecer mais atenção aos menos afortunados, com oportunidades de preparação, para enfrentar todos os demônios das desigualdades e das segregações sociais, priorizando principalmente as crianças e os jovens. No entanto, os adultos interessados a absorver o bom hábito da cordialidade e da convivência compartilhada, também são bem recebidos. 

Posso dizer, mesmo me encontrando distante do seu convívio, fui um dos que teve o privilégio de ter tido uma conversa com Gabriel o Pensador. Mesmo sendo por meio de uma entrevista, ainda assim, pudemos manter um diálogo de informações sobre sua carreira e suas boas ações, que são fartas. Isto aconteceu durante um evento que aconteceu no início do mês de agosto deste ano, numa pequena cidade do interior de Goiás, chamada Sanclerlândia, onde se realizava as provas da 23ª edição do Jeep Cross, na cidade. Na ocasião, o seu show foi a atração principal e a mais aguardada.

Durante a entrevista, por sinal, muito descontraída, característica deste artista das rimas criativas, fluentes do artista rapper, convicto nas suas colocações. Gabriel disse que nos seus shows, como nas suas canções, ele mistura letras divertidas, com espaço para o improviso, transmitindo nos seus espetáculos muita animação. Em suas mensagens, faz questão de envolver sensações que eleva a autoestima das pessoas. Fala de amizade, de coisas boas, consciência de atitude e transformação.

Destacou que no carro que o conduzia ao local do show, havia uma garotinha. Enquanto conversavam, falou para ela, sobre uma música que escreveu e que faz parte dos seus shows, na qual, em dado momento, fala sobre “Como eu comecei a gostar de escrever”, cujo nome é “Linhas Tortas”. Se você gosta desta música clique aqui. Em seguida de maneira espontânea, começou a cantá-la para sua nova amiguinha: “Tudo começou na aula de português, eu tinha uns 5 anos ou talvez uns 6; comecei a escrever, aprendi ortografia, depois as redações para nossa alegria...” e por aí segue.

Esclareceu sobre o seu interesse de desenvolver iniciativas positivas em benefício das crianças e dos jovens, com o apoio dos professores, com o apoio da família, com o apoio de quem se ama. Quando escreve, faz por sentimento, por isto, gosta de falar sobre o amor. Inclusive, segundo ele, utiliza o refrão da canção do grupo Legião Urbana, Pais e Filhos na sua música “Palavras remetidas”. “É um dos momentos que mais gosto nos shows e a galera canta junto”, conta.

Concluiu a nossa conversa esclarecendo, que antes do pensador, vem mais um lance de intuição de sentimento que, ele acaba passando para o público. “O resultado não poderia ser melhor. Passa a existir uma troca de emoções muito forte com a galera e, a vibração transcende, irradia”, ressalta.

Gabriel o Pensador, escreveu três livros, em espaços diferentes. Em 2001, publicou Diário Noturno; em 2005, Um garoto chamado Rorbeto e em 2008, Meu pequeno rubro-negro. No entanto, Um garoto chamado Rorbeto, foi sua maior consagração como autor de livros. Um ano após sua publicação, em 2006, conquistou o Prêmio Jabuti, como o melhor livro infantil.

Em 8 de agosto de 2006, o jornal Folha de São Paulo, na sua publicação online,  fez um comentário, tomando por base o conteúdo do livro, no qual dizia, que o livro é uma fábula de um menino que se descobre diferente dos outros garotos. Rorbeto deveria se chamar Roberto. Graças ao analfabetismo de seu pai, que mal sabia falar, acabou sendo registrado com as letras trocadas. Mas Rorbeto aprendeu a pensar, a escrever e a contar. Um dia, descobriu que podia chegar até 11 usando apenas os dedos de suas duas mãos.

O constrangimento toma conta do garoto, que começa a ir à escola com a mão direita escondida dentro de um saco, torcendo para não ser descoberto pelos colegas. Mas a revelação, claro, é inevitável.

“Fluiu naturalmente, mas acabou sendo um livro educativo. Falo da aceitação das diferenças, da questão da alfabetização, que é muito importante. Não é um livro só para divertir, mas também para educar”, disse Gabriel durante o lançamento do livro no ano anterior.

Ele afirmou que tem poesias e textos, inclusive infantis, engavetados em sua casa. “Um garoto chamado Rorbeto” foi escrito em versos, mas usa linguagem coloquial. O verbo “estava”, por exemplo, aparece apenas como “tava”.

“No meu dicionário, existe o “tava” e o “estava”. Sou muito chato com o português, não gosto de nada errado. Mas algumas coisas eu libero um pouco, como essa subtração”, esclarece.

O escritor e cartunista Ziraldo, fez a seguinte ressalva na orelha de capa do livro Um garoto chamado Rorbeto. “Para mim, um dos melhores meninos da geração do Gabriel o Pensador é Gabriel O Pensador. Não sei se ele conquistou minha simpatia irrestrita pelo seu jeito verdadeiro de ser ou porque me pareceu ser uma pessoa extremamente generosa. Eu amo pessoas generosas. Ele tem, também, talento e perseverança. Quando essas duas qualidades se juntam numa pessoa só, resultam num produto humano de primeira qualidade.”
 


Um garoto chamado Rorbeto



No livro, Um garoto chamado Rorbeto, publicado em 2005, o cantor e compositor Gabriel o Pensador, conta uma história cheia de ritmo e da “verdade comovente”, que Ziraldo observou no compositor – agora confrade na literatura infantil. Com entusiasmo, é Ziraldo quem dá as boas-vindas a Gabriel no texto de orelha: “A história que conta aqui é, como ele, originalíssima, narrada com alegria e inventiva.”

Trecho do livro: O nome do Rorbeto era assim, meio diferente. Na vila onde ele morava não tinha luz nem gás, mas isso não importava, pois ele gostava era de nadar nas águas do velho rio, subir na jaboticabeira e jogar futebol até a noite chegar. Lá todos os moradores se tratavam como parentes, até mesmo o cachorro Filé.

Assim como o rio, o curso da vida corria, e o Rorbeto cresceu um menino esperto e curioso. Aprendeu sozinho, muitas coisas, inclusive a contar os amigos na ponta dos dedos, o pai, a mãe, o cão Filé e mais três. É aí que vem o susto: “Seis dedos em uma mão só?”

A descoberta deixou Rorbeto perturbado. Afinal, nessa idade ninguém quer ser diferente. A primeira reação é querer esconder, pondo a mão numa sacola. Mas quando Rorbeto aprende a escrever, é justamente a mão com o dedo a mais, que faz a letra mais bonita da classe.



Diário Noturno



Luis Fernando Veríssimo descreve Gabriel o Pensador, dizendo que “pessoas pensantes e artista falante, Gabriel pensa e diz ao contrário dos que pensam que pensam e produzem ruído. Já era uma raridade musical, agora é uma raridade literária.”

Quando era estudante de Comunicação Social, Gabriel Continho – esse é o seu nome de registro – ficava incomodado com o conformismo dos colegas diante de problemas graves, como a miséria, o racismo, a violência, a corrupção e as drogas. Para expressar sua indignação, começou a escrever letras de rap sobre todos os assuntos que o perturbavam.

Suas músicas criativas e polêmicas logo conquistaram o público e a crítica, tornando-o conhecido nacionalmente, como Gabriel o Pensador. Mas Gabriel não fica só nos versos. Do baú do rapper, saltaram textos de vários estilos, reunidos agora pela primeira vez, com a publicação de Diário Noturno.

A produção literária de Gabriel se inicia na adolescência. Nessa época, o Pensador já transitava por diferentes classes sociais: estudava em colégio de classe média e pegava onda com a galera da favela da Rocinha. Diário Noturno acompanha diversas fases da criação de Gabriel o Pensador e suas influências. Traz poemas, crônicas e memórias versando sobre fatos e curiosidades que marcaram sua vida.

Reflexões sobre a sociedade, o ato de criar, suas experiências como cantor e compositor, a relação familiar e com os fãs. Da seleção, algumas preciosidades, como redações escolares, reproduzidas do original, contendo notas e observações dos professores. Aliás, é para professores que Gabriel dedica seu livro de estréia.

Pensador, poeta, compositor, rapper e surfista. O leitor descobrirá as diversas facetas deste jovem artista que, com suas reflexões inteligentes, capazes de serem apreciadas mesmo por aqueles que não têm muita intimidade com a linguagem rap, tornam Diário Noturno, uma obra que reproduz o pensamento da geração hip-hop.

Notívago de carteirinha, Gabriel o Pensador, cria e até mesmo, pega onda enquanto a maioria está dormindo. Iniciou a carreira de cantor de rap em 1992, com a polêmica música “Tô feliz (matei o presidente). Desde então, lançou quatro álbuns, firmando-se no cenário musical brasileiro, português e nos países africanos de língua portuguesa, pela criatividade, irreverência e qualidade de seus trabalhos.


Meu pequeno rubro-negro



Trecho do livro: Blim Blom! Claudinho é novo na cidade e vai visitar o amigo de escola em um dia muito especial. Logo na chegada, mesmo antes do cumprimento natural, vai logo dizendo: – Meu pai vai levar a gente pro jogo! – Que jogo? – O jogo do Flamengo, ué! Com uma camisa rubro-negra da sorte emprestada, Claudinho vai se maravilhar com o Maracanã e descobrir a maior torcida do Brasil. Uma multidão apaixonada, que faz os adversários tremerem com seus cantos e gritos de guerra.

Durante o jogo Claudinho passa a conhecer um pouco da história do Flamengo, “o mais querido”, um time que revelou grandes craques e deu shows de bola inesquecíveis, tornando-se o único Campeão do Mundo, entre os cariocas. Com uma história pulsante e divertida, no ritmo mágico do futebol, Gabriel o Pensador conduz o leitor para dentro do Maraca, ou seja, para dentro do coração do Flamengo. E uma vez Flamengo, sempre Flamengo. Então sai do chão, sai do chão! A torcida do Mengão! 



Quem é Gabriel o Pensador



Gabriel o Pensador, nasceu no Rio de Janeiro, em 1974, no bairro de Vila Isabel, ali pertinho do Maracanã. Apaixonado pelo Fla é sócio honorário do clube e, acompanha os seus jogos até mesmo no trabalho, no camarim de um show, no estúdio. Entretanto, não é difícil vê-lo no estádio.

Ainda menino, escrevia letras de música na escola e, em 1992, começou sua carreira artística com a fita demo, Tô feliz (matei o presidente), censurada pelo Ministério da Justiça, pouco antes da renúncia do então presidente Fernando Collor de Melo.

Gravou sete álbuns e um DVD. Na literatura, publicou Diário Noturno, em 2001 e Um garoto chamado Rorbeto, prêmio Jabuti de melhor livro infantil, em 2006. Mário Alberto faz parte da terceira geração de uma nobre linhagem rubro-negra, orgulhosa de ser inteiramente formada por torcedores do Flamengo, sem exceções.

Entre os momentos mais importantes de sua vida, constam: o gol de Rondinelli, em 1978; a madrugada de 13 de dezembro de 1981 e, o dia em que decidiu ser ilustrador durante o curso de programação visual na Escola de Belas Artes da UFRJ. Há onze anos trabalha no Diário de Esportes Lance. O único momento em que não torce pelo Fla, é na hora de fazer as suas charges. Somente nessa hora.


Se achar conveniente, seu comentário será bem-vindo. Au revoir...

Fonte: excertos do site www.jpensador.com.br e da internet


A propósito, você já acessou a fan page do meu livro infantil Juju Descobrindo Outro Mundo? Não imagina o que está perdendo. Acesse: www.fecebook.com/jujudescobrindooutromundo.

E o site da Juju Descobrindo Outro Mundo, já o acessou? Se eu fosse você iria conferir imediatamente. Acesse: www.admiraveljuju.com.br 



Imagens: Google