Não é difícil acreditar
que algumas pessoas em algum momento relembram determinadas situações envoltas
num saudosismo ardente contido no peito, capaz até de fazer o corpo tremer.
Algo inexplicável, mas verdadeiro. É nessa agradável manifestação da nossa
efêmera existência que algo infinitamente sublime se transpõe para o universo
paralelo dos nossos pensamentos. Como se trata de lembranças é natural tornar
essas recordações inconcebíveis leveza de espírito no mundo dos sonhos.
Permitindo que tenhamos o desejo de trilhar ocasiões jamais envelhecidas.
Como uma fumaça dissipando
de maneira suave, de repente Jorge Victor se viu no lugar onde nasceu, uma
elegante e próspera cidade do sul do Brasil, pela sua importância turística e a
qualidade de suas vinícolas. Passeava de maneira descompromissada por um bosque
deslumbrante e envolvente. Havia flores, gramíneas, esquilos e pássaros, que
contribuíam com aquele cenário encantador. As árvores com sua exuberância frondosa
compunham aquela tela do mundo das fábulas, pintadas pela essência das mãos
hábeis de um talentoso artista, seduzido pela destreza do seu pincel. Sim, o
lugar remetia a uma pintura nos estilos realista e impressionista, arte que
somente o talento de um Gustave Courbet e Claude Monet, seria capaz de
descrever com perfeição, aquela magia colorida, que os seus olhos se deliciavam
registrar.
Quanto mais caminhava, mais
sua mente se exercitava feito a um processador cibernético, criando imagens e
mais imagens de belezas contagiantes. E o seu corpo respondia incrédulo ao
frescor daquela tardezinha com o sol se escondendo por detrás das nuvens brancas,
semelhantes a uma bruma que lampeja a alvorada de uma nova vida.
Jorge não resistiu
aquele encanto e sentou-se sob a fronde de um imponente jacarandá e continuou
admirando aquele ambiente singular. Com os seus olhos inquietos como a luneta
de um observador em busca de sua nova descoberta, logo avistou caminhando, uma
linda e fascinante mulher, quem sabe que nem ele, apenas curtindo o visual e
deixando transbordar a alegria de viver. Com passadas lentas foi se aproximando
de onde se encontrava, sem ainda tê-lo visto.
Jorge Victor, pelo
ímpeto do momento e com a rapidez de um falcão, fez um passeio ocular em toda
sua exaltação feminina, reparando com mais atenção suas curvas bem delineadas e
glamorosas. Como estava contra o sol e o seu vestido moldado num fino tecido,
causava a transparência que mostrava o quanto ela era perfeita e sedutora.
Dando cordas à sua
visão estonteante, pode repará-la mais detidamente e exclamou com a voz quase
muda: É ela...! Não pode ser, mas é ela sim!... Tratava-se de uma paixão infantil que se
fizera mulher, uma bela mulher, capaz revirar o cérebro num amontoado de
recordações. Mais uma vez, balbuciou: “Como desejei esta oportunidade de
estarmos próximos. Só eu e você Silvia! Apenas nós dois”.
Enquanto sussurrava a
frase vinda de seus pensamentos, Silvia o olhou, como dizendo, te conheço. E
sei até de onde: do Colégio Olavo Bilac. Mas preferiu manter-se muda, apenas
sorriu. Diante daquele sorriso cristalino, Jorge Victor, ainda relutante,
convidou-a a compartilhar com ele aquele momento só visto na fantasia de uma
mente apaixonada que ainda acreditava na felicidade, no amor e, sobretudo,
aproveitar cada segundo como se fossem eternos e exclusivos.
- Oi, você está linda!
– disse.
- Você me conhece? –
Indagou Silvia.
- Não creio, mas devo confessar,
é a garota mais linda que imaginei ver.
Silvia sorriu
agradecida pela boa receptividade. Ela também estava admirada com a elegância e
a beleza de Jorge Victor, após uma rápida olhada por toda a dimensão da sua
estrutura masculina.
Sem hesitar, Silvia
sentou-se logo à sua frente cruzando as pernas feito uma praticante de yoga. O
vestido leve e solto, cobria-lhe apenas parte de suas pernas. O vento na sua
misteriosa cumplicidade resolveu dar sua ajudazinha. Manifestando-se de maneira
carinhosa com o seu sopro suave, levantou o tecido, permitindo a Jorge Victor
a oportunidade de vislumbrar suas coxas bronzeadas e lisas até próximo de sua
calcinha. Silvia era uma morena, 28 anos, com aproximadamente 1,70m, corpo
esguio, seios atraentes que se destacavam no generoso decote; olhos castanhos e
brilhantes; cabelos também castanhos pouco acima da cintura que esvoaçavam ao
sabor do vento. Pode até que seja uma artimanha das circunstância, mas o vento naquele momento mais parecia o cupido prevendo uma linda
história de amor, desejos e sedução.
Permaneceram conversando
até que a noite mostrasse sua majestosa delicadeza. O luar estava perfeito e as
estrelas contribuíam enfeitando e iluminando aquela atmosfera de verdadeiro bem
estar. Combinaram um novo encontro ainda naquela noite, num barzinho da cidade.
O local não poderia ser mais prazeroso, frequentado pela juventude local, onde
se podia ouvir boa música ao vivo e bebericar várias opções de bebidas.
Jorge Victor ansioso
foi o primeiro a chegar. Procurou um lugar menos movimentado, mas que permitia
estar atento a tudo que acontecia. Silvia chegou meia hora depois. Ao se
encontrarem já havia um clima de mais intimidade o que lhes permitia
compartilhar beijinhos no rosto. Sentaram-se e iniciaram agradável bate papo.
Ambos optaram pela cerveja, acompanhada por uma saborosa porção de filé ao
molho madeira, com torradas.
Permaneceram
conversando horas incansáveis. Relembraram remotas passagens do passado, até a
revelação feliz das estórias do Colégio Olavo Bilac, que surgiram pela
casualidade do destino. A partir desse momento, o assunto se resumiu ao
colégio, a cidade natal e a trajetória que cada um seguiu ao concluir o
ginásio.
Silvia havia mudado com
a família para outro estado, tornado-se médica; Jorge Victor a gosto dos pais,
foi morar em Paris, onde estudou e aos 30 anos, tornou-se um competente
engenheiro naval, disputado por grandes multinacionais. Não fazia uma semana
que transferira para o Brasil, a convite de um magnata brasileiro, amigo da sua
família, que mantinha estreita relações empresariais com influentes produtores
de petróleo no Oriente Médio.
Naquela noite não
aconteceu nada de extraordinário no que se refere à intimidade afetiva. Mas o
próximo encontro já ficara combinado para almoçarem juntos. Jorge Victor a
acompanhou até a casa de seus tios, enquanto permanecesse na cidade. Em seguida
seguiu para o hotel onde estava hospedado. Para ambos o sono teimou em não
aparecer, permitindo que desenhassem cenas felizes e emocionantes do casual
encontro e o seu desfecho, semelhante o folhear de um álbum de recordações.
Almoçaram distribuindo
simpatia, alegria, bom humor e jovialidade. Após o almoço fizeram um passeio
pelos lugares que marcaram suas infâncias, incluindo é claro, o Colégio Olavo
Bilac. Perguntaram a alguns moradores sobre determinados amigos e amigas da
época, sem resultado. Parecia que todos resolveram partir, deixando para trás
apenas memórias, nada mais.
À noite novo encontro
já estava combinado e a aproximação entre os dois se tornava cada vez mais
ardorosa e espontânea. Jorge Victor com o objetivo de agradar sua companheira
com o que há de melhor, em sinal de agradecimento pelos belos momentos que
passaram juntos e, prevendo uma noite aconchegante na companhia de Silvia,
havia trocado seu apartamento nem tão nobre, pela suíte mais luxuosa do hotel.
Seria ali o provável ninho de amor do casal.
E assim aconteceu.
Silvia ainda que, meio tímida aceitou o convite e partiram para o que seria o
momento mais feliz entre os dois, desde que se encontraram. Ao abrir a porta da
suíte, via-se num local selecionado com esmero a pouca luz, uma mesa bem ornada
com velas apropriadas que realçava o encantamento da ocasião; taças de cristais
para ser servido um “authentique Sauvignon Blanc”, escolhido como se estivessem
na frança por José Maria Ferrier “sommelier” do hotel; prataria e porcelanas de
fino bom gosto os esperavam para um jantar inesquecível.
Após o jantar,
acomodaram-se numa confortável poltrona próxima à lareira, conversaram por
alguns instantes e logo começaram a se entregarem ao feitiço da luxúria. Não
demorou a buscarem o conforto da cama, que mais parecia um oceano de amor. Um
fino lençol lilás de seda dava o tom do que viria a acontecer. Despiram-se peça
por peça na sintonia de uma valsa, beijando-se e se tocando com ardor, que às
vezes até atrapalhava a respiração, mas nada os impediam de viver o êxtase
daquele clima que consumia a lascívia do desejo incontido.
Como dois amantes em
completa entrega, seus movimentos em sincronia, descreviam a harmoniosa
efervescência da paixão. Uma atração inebriante de excitação, que queimava
feito lavas incandescentes percorrendo sobre seus corpos suados e extasiados de
desejos e prazer. Seus hormônios em vibrantes loucuras liberavam a adrenalina
contida na volúpia de um cérebro que respirava e cheirava sexo. Capaz de
paralisar o tempo, para impedir que o sabor do pecado de amar e se entregar aos
desejos da carne se tornassem momentos inenarráveis.
No clarear do dia, os
dois acordaram movimentando-se com gestos preguiçosos. Antes do café da manhã que seria
servido na própria suíte, resolveram que o melhor a fazer naquele momento seria
um excelente banho morno na banheira de hidromassagem que os esperava. Como
estavam entregues ao prazer, não demorou a reiniciarem a sessão de libidinagem.
E assim, nesse clima de prazer, amor e sexo, Jorge Victor e Silvia tiveram uma
manhã envolta na paixão sem limites.
No dia seguinte ambos
se separariam, seguindo cada um o seu caminho em atenção às necessidades
imperiosas da profissão. Evidente que a internet haveria de contribuir para
que não esfriasse o desejo de se amarem revivendo as loucuras do prazer.
Nota: Este Conto foi
criado por Dilson Paiva, em 10 de maio de 2014.
A propósito, você já acessou a fan page do meu livro infantil Juju Descobrindo Outro Mundo? Não imagina o que está perdendo. Acesse: www.fecebook.com/jujudescobrindooutromundo.
E o site da Juju Descobrindo Outro Mundo, já o acessou? Se eu fosse você iria conferir imediatamente. Acesse: www.admiraveljuju.com.br
Imagens: Google
5 comentários:
Parabéns Dilson
Posso dizer que momentos assim existem de verdade
São coisas inexplicáveis, manifestação sublime que somente
O SER superior sabe.
Maravilhosa postagem em todo o seu conteúdo,
texto extraordinário, imagens encantadora,
doce atração já sonhadas há tempos, no inconsciente imaginário,
que o destino se encarregou de juntá-los,
para que ambos pudessem viver momentos intensos
e feliz em sua totalidade.
Juloren
Amei de verdade texto gostoso de ler.
Parabéns Dilson, lindo conto, belíssima descrição que nos faz viajar a momentos de felicidade!
Olá Juloren e Marcia, obrigado pelas visitas e pelos gentis comentários. Voltem sempre, estaremos ansiosos pelos seus retornos. Abraço...
Lindo conto poético.Leve,adocicado e sensual.Parabéns!
Obrigado Lys pela sua simpática visita e o gentil comentário. De fato amiga, existe no seu conteúdo sensualidade, sem, contudo, ser apelativo. Estaremos aguardando sempre que puder, sua elegante visita. Abraço...
Postar um comentário