sábado, 19 de julho de 2014

Livro Enlace, da escritora adolescente Ana Luísa, está na sua 2ª edição


Ao se propor a ler o livro Enlace, da escritora Ana Luísa, deve-se levar em conta, tratar-se de uma obra escrita por uma adolescente de 16 anos de idade, na época da sua concepção – hoje, com 18, o livro já está na sua 2ª edição. Nem por isto a impediu de escrever um texto abrangente, com várias situações difíceis de serem digeridas e encaradas de frente sem medo. Sobretudo, decifrando a insensatez do destino, procurando respostas no baú das incertezas. 

A partir desse princípio, torna-se perceptível o grau de maturidade da autora. A garota escreve e pensa como gente grande e graúda quando nos referimos à literatura conceitual, onde as personagens têm objetivos concretos e metas a serem conquistadas.

Até pouco tempo atrás, meninas com sua idade, brincavam de ser adultas e, até mesmo, sonhavam ser A Gata Borralheira (Cinderela) no seu baile de debutante, onde provavelmente encontraria o seu príncipe exultante e o mais disputado entre as demais, pelos seus encantos de beleza e virilidade física. Acontece que, com Ana Luísa, para nossa sorte, ela foi seduzida pela literatura, permitindo que tomássemos conhecimento, do que, uma garota, ainda em fase de autoconhecimento, fosse capaz de desenvolver raciocínio denso, cheio de interpretações irracionais para uma jovem de sua idade.

Outro fato curioso no livro, é que toda trama se desenvolve praticamente em Paris, envolvendo duas amigas inseparáveis em busca dos mesmos ideais: serem reconhecidas como bailarinas de sucesso. O primeiro desafio para elas foi o de morar sozinhas numa cidade cosmopolita, cheia de vícios, virtudes e sonhos como Paris. Segundo ter que enfrentar os seus dragões e pesadelos pessoais com coragem. Sem se submeterem a qualquer intimidação, foram capazes de encarar situações incomuns, tanto no aspecto moral e profissional, como sentimental.

Alvos de uma plateia acostumada com a desonra, lutas, conflitos e vitórias. Expostas em plena arena do Coliseu das suas particularidades e orfandade familiar. Formaram um conjunto harmonioso de sobrevivência, superando obstáculos, domando leões e cuspindo fogo, num circo de horrores. Içaram as velas da determinação, removendo dos seus caminhos as desigualdades naturais, capazes de dobrar a ampulheta do tempo, sem desviar do caminho que o levariam à felicidade.   

Sua obra, segundo Ana Luísa, foi inspirada nos textos de Stephenie Meyer autora da saga Crepúsculo e, com um leve toque do romantismo envolvente, encontrado nas criações de Nicholas Sparks. Porém, no seu caso, existem identidade e digitais próprias. Características expressivas, que não deixam dúvidas, quanto suas qualidades de uma escritora predestinada a se tornar, quem sabe em breve, uma colecionadora de Best Sellers. Notabilizando a pequena cidade onde nasceu e vive até hoje, São Luís de Montes Belos, interior do estado de Goiás, Brasil, numa signa literária gostosa de admirar.

Outro detalhe, sua obra tem cultivado a admiração e a simpatia de todos aqueles que a leram. Edificada em uma narrativa rica em detalhes, fracionada em vários subtítulos ilustrados com citações literárias, quando não da própria autora, de escritores consagrados como, Khalil Gibran, Silvia Schmidt, Stephenie Meyer, René Descartes, William Shakespeare, Saint-Exupéry, Clarice Lispector, Gonçalves Dias, Bíblicos, dentre outros. Os parágrafos e os períodos são curtos, que facilitam a leitura e o entendimento, além do uso coerente de analogias e metáforas. Enfim, uma criação merecedora dos aplausos alcançados.

Bússola Literária ouviu com exclusividade a escritora Ana Luísa, num papo muitíssimo agradável em um café da cidade. Na ocasião estava acompanhada do seu pai, Elio Graciano, professor de linguística na Faculdade Montes Belos (FMB) – admirador fervoroso da autora –, quando contou várias curiosidades que envolveram o processo criativo e a inspiração para o desenvolvimento do seu conteúdo. Sua entrevista é uma revelação que merece ser lida com atenção, analisando todos os quesitos justificáveis de sua virtuosidade juvenil.


BL – Quem é Ana a personagem? Seria a própria imagem refletida da autora?


Ana Luísa – Ana é uma moça italiana que transfere todas às suas expectativas em seus sonhos, porém na hora de vivê-los se fecha, cria uma barreira, ocasionados pela sua personalidade insegura e sensível. Ana Rossetti tem muito de mim. É como estar respondendo perguntas sobre meu livro. Queria e quero muito isso para o Enlace, mas tenho simplesmente medo de executar meus planos de vida.

BL – Você disse que o seu livro foi inspirado na obra de Stephenie Meyer, Crepúsculo. De que forma flui esta correlação?

Ana Luísa – Bella, narradora-personagem de Crepúsculo, tem muitas características refletidas em Ana Rossetti. A insegurança, a espontaneidade de dizer o que está sentindo, apenas com um olhar ou gesto, a fragilidade, as dúvidas com os sentimentos, o impulso, o amor dividido num triângulo amoroso, tornam esse conjunto de situações, naquilo que sinto e que me identifico com a história. Isso está presente na estrutura psicológica e emocional do livro. Quem sabe, nas pequenas interações abstratas da narrativa. Também acontece com Enlace, casualmente na sua estética, no que se refere a divisão do livro em três partes, como a do livro Amanhecer. Ressaltando a riqueza de detalhes, títulos de cada capítulo. Acredito que, por isto, há muitas características de Crepúsculo neste meu livro.

BL – Na história Ana, tenta demonstrar ser uma garota forte e resoluta. Enquanto na verdade é frágil e dependente. O quê você quis demonstrar com essa dualidade de comportamento?

Ana Luísa – Todos nós somos frágeis e dependentes quando estamos numa situação de escolha, de frente com o desconhecido, mas o que muda a circunstância é a atitude diante disso. Se eu me transpareço forte, ousada e corajosa, um dia serei realmente isso. É o que acontece com Ana ao longo do enredo.

BL – Ana é de origem italiana, nasceu em Milão e se aventura a viver na “Cidade Luz e do amor”, em busca de aprimorar sua arte de dançarina, por quê?

Ana Luísa – Por questão de identidade. Ana, por ter alma de artista, se identifica com cidades que são tradicionalmente voltadas para a cultura.

BL – Ao ler o livro percebe-se que tanto Ana, quanto Rodrigo, omitem recordações do passado de ambos, não acredita que faltou esse ingrediente que mostrasse ao leitor suas heranças genéticas e culturais?

Ana Luísa – A omissão é intencional. Há na história pistas, janelas, possibilidades de um novo enredo. Por exemplo, a paixão pelos jardins que possuem formas vindas de outra época. Sejam relíquias herdadas a partir dos avós de Ana ou até, de sua descendência italiana.

BL – De onde vem o apoio financeiro de Ana para se manter numa cidade cosmopolita como Paris, se locomovendo, utilizando praticamente como meio de transporte o táxis e sem impedimentos para viver como se pertencesse uma classe social acima da média?

Ana Luísa – Poderia ter vindo essa condição financeira de sua família. No entanto, o que tem explícito é que Ana se encontrava no auge de sua profissão. Já havia adquirido seu enriquecimento, além da companhia ajudar com o financeiro, em troca de ser uma dançarina famosa e obedecer aos critérios e as formas que eles ditavam na dança.

BL – O livro faz referência a três cidades importantes no contexto cultural. Milão a cidade natal, moderna, bem estruturada economicamente e de um passado histórico relevante; Paris cidade que inspirou grandes escritores e onde tudo acontece nas artes. E por fim, Verona, também referência da literatura clássica/renascentista e símbolo para uma das mais importantes obras de Shakespeare, Romeu e Julieta? O que te levou a preferir tais cidades, sendo que, a ambientação da história poderia transcorrer em lugares sem tanto brilho? Existe uma razão ou é apenas um simbolismo conjuntural?

Ana Luísa  São cidades que sou apaixonada e tenho muita vontade de conhecê-las. A estrutura, a história e a cultura dessas cidades, formam um conjunto extraordinário. Há grandes artistas e autores, vindos da Europa que fizeram presença na minha infância, nas encantadoras histórias de príncipes e princesas, na luta contra o mal. 

BL – Está com outro livro em mente?

Ana Luísa – Mais ou menos. Depende da aprovação da obra, da aceitação dos leitores, propostas novas de publicações, projetos de filme do livro. Todos os dias eu tenho milhões de histórias burilando na mente. Escrever pra mim não é uma barreira.

BL – Este outro livro seguirá a mesma temática?

Ana Luísa – Tenho muita vontade de aprofundar em experiências de ordem mais espiritual, revelando intimidade com Deus, caráter do Nosso Grande Pai, pegando até histórias da bíblia e romanceando-as. Aproximar mais o leitor do amor incondicional. Mas ainda não me sinto pronta para começar. Isso requer muito estudo e muito cuidado. Não é um tema de tanta aceitação, no entanto, tudo depende de como colocamos no papel.


Nota: Para contato e adquirir o livro Enlace. Você deve procurar através do telefone celular (64)9968-8164 com o professor Elio Graciano ou pelo número (64)9221-3707. Também pode solicitar sua aquisição por meio do e-mail: eliograciano@hotmail.com. O valor da obra é de R$ 25,00, fora a postagem, no caso de interessados que não residem em São Luís de Montes Belos-GO, Brasil. 


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Imagens: da autora

sábado, 5 de julho de 2014

Há 10 anos morreu Marlon Brando, mas sua estrela continuará brilhando


Assim que me propus a registrar no Bússola Literária os 10 anos da morte de Marlon Brando, conversei com alguns amigos, principalmente do ambiente de trabalho sobre esse controvertido, embora talentoso astro do cinema. Para minha surpresa, poucos ouviram falar dele. Em relação aos filmes dos quais atuou, lamentavelmente nenhum havia visto sequer, O Poderoso Chefão, tão badalado e que lhe rendeu o seu segundo Oscar em 1973. Mesmo em se tratando de pessoas que se consideram antenadas e conectadas, desconheciam este ator que desempenou papéis notáveis no cinema. Daí autoquestionei-me: será que Elvis Presley e Bruce Lee, tiveram atuações mais expressivas que Marlon Brando? Quantos neste mesmo diapasão, por esse mundão de Deus, se encontram empunhando a mesma nota musical dó? Se é que podemos chamar desinformação a circunstância de desconhecer o valor de uma nota musical, desenhada nas linhas de um pentagrama valioso na partitura que irá dar brilho e sons melódicos, para uma sonata ou um belo arranjo orquestral. Seria mais apropriado considerarmos o substantivo, lástima, desventura.

Há 10 anos morre Marlon Brando, aos 90 anos e, a história do cinema se resume num epílogo: antes e depois de Brando. A revista Time, em 1999, citou Marlon Brando, junto a Charles Chaplin e Merilyn Monroe, entre as cem pessoas mais importantes do século passado. Nasceu em 3 de abril de 1924 e morreu em 1º de julho de 2004, em um hospital de Los Angeles por insuficiência respiratória.

De temperamento irrequieto e rebelde, tinha o dom da interpretação nas veias e na alma. De 1943 a 1944, estudou teatro no New School em Nova York, onde aprendeu o método “Stanislavsky”, que imprime uma técnica diferenciada, onde o ator se identifica de forma psicológica com o personagem, ou seja, incorpora aquele a quem está representando. Mas foi com Stella Adler a única professora nos Estados Unidos que realmente tivera contato com Stanislavsky, do Actor’s Studio, que Brando encontrou o seu caminho, tornando-se em pouco tempo, uma revelação no teatro e no cinema.

Marlon Brando foi um talento que o cinema até hoje tem como referência. Astros como James Dean, Paul Newman, Robert De Niro, Sean Penn, Al Pacino, Gene Hackman, buscaram inspiração e projeção seguindo o exemplo de interpretação e o legado inigualável de Brando.

No mesmo instante em que era considerado um gênio, sua outra face obscura e imprevisível tomava forma, tornando-o indomável e insurgente. Quando conquistou o seu segundo Oscar, em 1973, pelo filme “O Poderoso Chefão”, enviou uma representante indígena para recebê-lo e falar em seu nome, um discurso de protesto, escrito por ele mesmo, contra o modo que os Estados Unidos e Hollywood, tratavam de forma discriminatória os nativos americanos.

Sua maneira de pensamento lógico e de comportamento, era tão imprevisível que certa vez, declarou à revista Time, uma das mais respeitadas e lidas nos EUA, que ser uma estrela de cinema não é nada importante, Gandhi, Freud e Karl Marx, estes sim, eram importantes. Atuar era uma atividade tola e chata. Todo mundo sabe representar e exemplifica: “Quando queremos algo, quando queremos que alguém faça algo, nossas atitudes são uma representação, portanto, atuamos o tempo todo.”

O cineasta Martin Scorsese, o jornalista Weden Carlos e muitos outros críticos e amantes do cinema o considerou como sendo o maior ator de todos os tempos. Scorsese chegou a dizer: “Existiu o cinema antes e depois de Marlon Brando.” 

Várias divas do cinema e socialites norte-americanas, não resistiram ao seu encanto e o seu poder de sedução. Por vários motivos, dentre eles, sua aparência máscula, vigorosa e suas impetuosidades nada convencionais. Seu primeiro casamento foi com Anna Kashfi, depois foi com a atriz Movita Castaneda e finalmente com uma nativa de Bora Bora, Tarita Teriipia. O número de filhos até ele desconhecia, estima-se que 16, mas reconhecidos foram apenas 11: Christian, do seu relacionamento com Anna Kashfi; Miko Brando e Rebecca, filhos com Castaneda; Teihotu e Cheyenne, com Terita Teriipia; Nina, Myles e Timothy Brando, com Maria Ruiz; e outras duas filhas Maimiti Brando e Raiabua que pouco as conheciam.

Marlon Brando deixou uma herança avaliada em US$ 21,6 milhões, entre imóveis de luxo, valiosa coleção de obras de artes e roteiros de cinema. Todo esse patrimônio foi dividido entre os 10 filhos vivos, já que Cheyenne não pertencia mais ao mundo terreno. Excluiu da bolada, conforme testamento, a filha adotiva Petra Brando Corval e o seu neto Tuki Brando, filho de Cheyenne.

O início do desapego profissional e consigo mesmo, começou em 1980, quando se retirou para a ilha de Tetiaroa, na Polinésia Francesa, um balneário de luxo na ilha que comprou no Taiti em 1966. Nesse período Marlon Brando, ganhou peso (40 quilos) causado pela comilança desmedida, sendo várias vezes, fotografado usando largo sarongue polinésio. Seu corpo foi cremado em cerimônia privada em Los Angeles e suas cinzas jogadas ao mar, na ilha Tetiaroa de sua propriedade. Morre um astro gênio de Hollywood, mas sua estrela jamais deixará de brilhar.


Talento de Marlon Brando fez dele um dos atores mais marcantes do cinema
Por Inácio Araújo
Especial para o UOL




Marlon Brando nasceu para brilhar e sabia disso. Era o aluno mais brilhante da classe no Actor’s Studio, mas também indisciplinado e, segundo colegas, preguiçoso. Isso não o impediu de revelar já em seu filme, “Uma Rua Chamada Pecado” (1951), não apenas o carisma e a beleza máscula, como também o imenso talento.

A história chegara ao cinema pelas mãos de seu mestre no Actor’s e no teatro, Elia Kazan, e o filme era uma adaptação da peça de Tennessee Williams que Brando interpretara durante dois anos, em 1947 e 1949, na Broadway, sempre sob a direção de Kazan.

“Uma Rua Chamada Pecado” representou sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator, que perdeu para Humphrey Bogart em “Uma Aventura na África”. Com Kazan rodaria ainda “Viva Zapata” (1952), e dois anos depois, em 1953, “Sindicato de Ladrões”, que rendeu seu primeiro Oscar de melhor ator.

Marlon Brando não precisava fazer grande esforço para ser grande. Foi um magnífico Marco Antonio em “Júlio César” (1953), de Joseph L Mankiewicz – adaptado de Shakespeare – e, com a mesma desenvoltura, o motoqueiro de “O Selvagem” (1953), que podia não ser um grande filme, mas marcava, junto com James Dean, a figura do jovem rebelde.

O sucesso parecia entediar Marlon Brando. Suas interpretações tornaram-se, com o tempo, mecânicas. Impunha-se o carisma. Havia exceções, como o belo “Casa de Chá do Luar de Agosto” (1956), de Daniel Mann. O faroeste “A Face Oculta” (1961), dirigido por ele mesmo: uma realização caprichada, mas também caprichosa, demorada, dessas de deixar o produtor enlouquecido. O legado ainda hoje parece formidável – para ele e para Karl Malden, seu parceiro de Actor’s Studio.

Na virada dos anos de 1960 e 1970, com o mundo se esquerdizando, Brando parece ter encontrado a si mesmo, o que concretizou numa série de belos papéis. Em “Queimada (1969), de Gillo Pontecorvo, depois em “O Poderoso Chefão” (1972) e “Apocalypse Now” (1979), com Francis Ford Coppola, e em “O Último Tango em Paris” (1972), de Bernardo Bertolucci.
Foi como se os novos tempos representassem um novo desafio para Brando, como se precisasse voltar ao investimento dos primeiros tempos. Mas Brando já era uma outra pessoa. Contemplado com um segundo Oscar, por “O Poderoso Chefão”, mandou para recebê-lo uma índia, em sinal de protesto contra o genocídio praticado pelos brancos e o tratamento atual aos nativos da América do Norte.

A partir dos anos 1980, a carreira de Brando se caracterizou, sobretudo, por participações especiais, em que recebia grandes cachês por pouco tempo de filmagem. Vendia seu nome, resumindo, sabia do seu valor de troca e parecia se incomodar cada vez menos com seu valor de uso.

Nos últimos anos de vida, aliás, vários dos papéis que aceitou foram para pagar os advogados que representavam os seus filhos. Brando disse certa vez que fora um péssimo pai, e os fatos o confirmavam. Um de seus filhos passou anos preso, por assassinato do cunhado. A filha se suicidou.

Tudo que de sóbrio já anunciava o personagem do “polaco” Kowalski em “Uma Rua Chamada Pecado” ou “Um Bonde Chamado Desejo”, no teatro e na vida, parecia ressurgir no corpo desse homem agora envelhecido, entristecido e, sobretudo, imensamente obeso: como se o ódio a si mesmo devesse se manifestar em sua imagem.

Em 1º de julho de 2004, Marlon Brando se despede da vida terrena, envolto em sua própria sombra. Ninguém mais tinha dúvida de que sua vida turbulenta se refletira em uma das presenças de ator mais criativas e marcantes de todos os tempos.



François Forestier descreve Marlon Brando em biografia
por André Barcinksi
Folha Ilustrada

O jornalista francês François Forestier não se esquece de seu primeiro encontro com Marlon Brando: “Ele era magnético, elétrico, encantador e, ao mesmo tempo, tinha algo de repulsivo. Eu podia ouvir na minha cabeça: Perigo... perigo... perigo...”.
Marlon Brando (1924 – 2004) foi o maior ator de sua época, mas sua vida foi uma sucessão de tragédias. Lindo, seduziu centenas de mulheres e homens, dormiu com metade de Hollywood e destruiu a vida de muita gente. Uma filha se matou, assim como várias amantes. O filho foi acusado de assassinato. Por onde passou, o ator deixou corações arrasados e vidas despedaçadas. No final de sua vida terminou sozinho, obeso, deitado num sofá, sem receber nem os amigos.
Forestier, crítico de cinema da revista francesa ”Le Nouvel Observateur”, levou dois anos para escrever “Marlon Brando – A Face Sombria da Beleza”, uma biografia curta e arrasadora sobre o ator que mudou o cinema. 

O livro foi amadurecendo durante três décadas, durante as quais ele entrevistou dezenas de amigos do ator. “Brando era extraordinariamente sedutor, e cada testemunha estava feliz em compartilhar suas histórias comigo. Este homem tinha tantas amantes que o livro poderia parecer um catálogo telefônico”, conta Forestier. Justifica sua admiração por Marlon Brando: “Era um ator incomparável e uma pessoa abominável, um monstro. Me interesso por monstros, acho que eles são nosso verdadeiro lado humano. Tentei revelar a monstruosidade do seu mundo.”
O autor diz que ficou impressionado com a forma egoísta com que Brando tratava mulheres e filhos. “Ele simplesmente não se importava com ninguém. Era um monstro do ego, um monstro de infelicidade, um poço de solidão, sem bússola moral, sem senso de direção”, avalia Forestier. E acrescenta: “Nos últimos anos de sua vida, estava apenas se inclinando sobre a autodestruição, arrastando todos os seus filhos. Algumas pessoas sonham com a criação de um mundo em chamas. Brando sonhou em fazê-lo desaparecer num buraco negro.” 

Forestier descreve os filmes estrelados por Brando, e é curioso perceber como o grande ator de obras-primas como “Sindicato de Ladrões” (1954) e “O Poderoso Chefão” (1972) também se meteu em abacaxis. Revela ainda o autor da biografia: “O mito de Brando é tão esmagador que ele se torna mais importante que seus filmes. A verdade é que um bom ator, está no seu melhor em filmes ruins. Sua arte transcende tudo. Se você gosta de Brando, esquece os abacaxis que estrelou”, expõe sua amargura em relação a Marlon Brando, Forestier.
Até hoje, diz o jornalista, não há ator que se compare ao talento de Marlon Brando. “Há um período, antes de Brando e, depois de Brando. Ninguém o igualou até hoje. Ele era o deus dos atores e o diabo também”, conclui.



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 Imagens: Google Image


domingo, 22 de junho de 2014

Ana, adorando em meio a dor – Uma história real


A escritora Cleuza Bueno, ao criar o seu livro, “Ana, adorando em meio à dor”, além de estar narrando uma história real, verdadeira, envolvendo sua própria sobrinha, enfatizou com muita propriedade três premissas valiosas na vida de qualquer ser humano: fé em Deus, vontade de viver e ter sonhos. Este é o seu primeiro livro, mas, sua arte de escrever já demonstra habilidade estética, conteúdo envolvente e autêntico. O que a torna, mais uma celebridade da nossa literatura.

Mostra nesta sua obra, utilizando-se de uma linguagem acessível e emocionante, a odisseia de uma paciente desenganada pela fatalidade do destino – ou seria da ciência?  o pesadelo vivido por uma pessoa portadora de um câncer maligno. Independente da identificação do culpado, a verdade é que se trata de uma realidade essencialmente familiar, mas que habita em muitos lares, tornando os dias nebulosos e dolorosos. A história de Ana Lídia prende a atenção do leitor do princípio ao fim.

No filme O Presente, de Michael O. Sajbel existe uma personagem chamada Emily. Uma garotinha emotiva e cativante de 8 anos, portadora de leucemia  morre em consequência da doença –, desejava para sua mãe ainda muito jovem, um relacionamento estável e feliz. Em uma de suas falas explicando o sentido da vida sob a ótica da inocência, ela diz: Sabia que Deus pinta todas as cores das borboletas com os dedos?  É verdade, Deus pinta as borboletas, o arco-íris, as flores, os pássaros, as estrelas, o sol, a lua, o universo e até a nós mesmos.  

Quem sabe Ele pintou a dor e a angústia de Ana Lídia depositando nela uma doença considerada até para os mais estudiosos cientistas e oncologistas como fatal. E, por meio de um simbolismo, ela pudesse dar o seu testemunho exaltando a importância da fé e da esperança, mesmo nas situações consideradas insolúveis?

“Ana, adorando em meio à dor”, conta a história de Ana Lídia uma linda jovem de 21 anos idade, diagnosticada ser portadora de um câncer raro. Tão raro que, existem apenas quarenta casos confirmados em todo o planeta. Por ser implacável e letal para aquele que tivera a infelicidade da sua contaminação, também é desalentador.

É tão nocivo e medonho, que é capaz de tornar pacientes e familiares, reféns da própria sorte. No caso de Ana Lídia, de acordo com a médica hematologista Fernanda Meireles que a atendia e a ajudava a continuar vivendo, não restou a princípio, outra alternativa, senão reunir a família e dizer o que todos não queriam ouvir: "Lamento informar, mas a esperança de vida de sua filha é de 6 a 9 meses".  Daí surge a pergunta: Meu Deus, por que eu? Por que logo comigo? O que foi que eu fiz para merecer isto? São indagações que vagam de forma sombria pela mente em busca de resposta.

A escritora Cleuza Bueno sintetizou a história dizendo que, trata-se de uma história real, onde uma moça linda, jovem, de apenas 21 anos, repentinamente, vê sua vida totalmente mudada por uma terrível doença: Linfoma de Grandes Células “B”, um tumor muito agressivo e raro, com poucos casos no mundo. Mas também, é uma história transformadora.

A coragem e a fé de Ana, “movem montanhas”, trazem renovo e esperança para aquelas pessoas que já não acreditam mais apenas na medicina dos homens, e que, estão perdendo inclusive, a fé. O que não acorreu com Ana Lídia, resoluta e corajosa decidiu confiar e crer.

Sua história é a prova indelével de que o nosso Deus não mudou, continua sendo o mesmo Deus de nossos antepassados. O Deus que cuida de nós! O Deus dos milagres! O Deus do impossível! Basta você acreditar...

Bússola Literária procurou a escritora Cleuza Bueno para uma entrevista e saber o que a levou a escrever o livro que tem emocionado o leitor pela sua narrativa fascinante, rica em nuances de fervor à fé em Deus. E o resultado dessa certeza de que Deus está presente na vida de cada um, demonstrando o seu carinho de Pai mesmo na dor, como fez com o seu Filho amado e nosso salvador Jesus Cristo.


A entrevista


 BL – Escritora Cleuza o que a motivou escrever o livro Ana, mesmo em meio à dor?

Cleuza Bueno – Quando começou a história da minha sobrinha Ana Lídia, eu fiquei muito comovida com a atenção da população de São Luís de Montes Belos, da igreja, clamando por um milagre para combater um câncer terrível, de que passou a ser portadora. Na época a médica que prestava todo os procedimentos que requer a doença, disse que havia quatro casos iguais no mundo. Após verificações mais apuradas, constatou-se a existência de quarenta casos. E o que é pior, sem resultado positivo de cura, os pacientes vindo a falecer. A partir do momento em que tomamos conhecimento dos apelos vindos de diversas pessoas, nos ligando pra dizer que estavam rogando orações e oferecendo ajuda, senti que era este o livro que Deus há algum tempo havia me chamado para escrever.

A doença da Ana Lídia foi diagnosticada em fevereiro de 2013 e, o transplante ocorreu no final de outubro do mesmo ano. Comecei a escrever a história com a doença, registrando os fatos dia a dia, como se fosse um diário. Foi concluído exatamente, assim que ela chegou a nossa cidade, 20 dias após submeter-se ao transplante de medula no hospital da cidade de Jaú-SP, em outubro de 2013.

BL – Como é que está sendo a recuperação de Ana Lídia?

Cleuza Bueno – A Ana Lídia se encontra muito bem, lendo o livro o leitor ficará sabendo de mais detalhes (estabeleceu-se o suspense). É uma história linda, realmente de milagre. Logo depois do transplante, Ana Lídia ficou um ano sem conviver com ninguém, em total isolamento, vivendo sua própria solidão. Hoje está curada, mas continua fazendo acompanhamento médico por meio de exames, realizados de três em três meses, durante cinco anos.

Mas, o momento tão aguardado chegou ao fim. Há um mês ela passou a ter o convívio com as pessoas, obedecendo algumas limitações, é claro. Em agosto será liberada para retornar à faculdade de arquitetura que estuda na PUC-GO. Mais uma vitória que tornou sua vida momentos de felicidade e sonhos que estiveram bloqueados, agora é só comemoração. Voltou a ser uma moça linda, jovem e feliz.

BL – Como era a Ana Lídia antes da confirmação da doença?

Cleuza Bueno – A Ana Lídia é uma jovem linda e alegre. Tanto é que no começo do livro, quando foi diagnosticada a doença, uma das primeiras coisas que rogamos a Deus, é que não tirasse o sorriso do seu rosto. O seu sorriso faz parte da sua personalidade. É uma menina alegre, feliz.


Sonhava cursar arquitetura, os pais não tinham a mínima condição de manter este tipo de curso. Através da nota do ENEM, ela foi contemplada com a bolsa de estudo integral. Ela vivia a realização de grandes sonhos: terminar a faculdade, casamento e, em ser feliz.

BL – Qual foi o momento em que a família sentiu-se mais desanimada com os resultados do tratamento?

Cleuza Bueno – Assim que a médica Drª. Fernanda teve a oportunidade de conversar com a família, sem a presença da Ana Lídia, informou dizendo que, quem tem essa doença o tempo de vida é de 6 a 9 meses. Mas vamos tentar tudo que estiver ao nosso alcance. A partir de então Ana Lídia passou por três exames quimioterápicos. Na terceira aplicação, e ter repetido todos os exames, a médica informou que os linfomas haviam diminuído cerca de 50 por cento. Na verdade havia diminuído 46 por cento. Os pais foram chamados e informados da real situação, que o tempo de vida da Ana Lídia seria de no máximo 9 meses. Nesse momento nós achamos que tínhamos que tomar outras providências. Fomos atrás da equipe médica que havia tratado o ator Reynaldo Gianecchini no Hospital Sírio Libanês em São Paulo. Os profissionais médicos do hospital em contato com a médica Drª Fernanda, hematologista que a atendia, chegaram ao consenso de iniciar um novo tipo de tratamento, que consistiu na aplicação de uma quimioterapia ainda mais forte.

BL – O tratamento foi todo realizado em Goiânia?

Cleuza Bueno – O tratamento da Ana Lídia até o transplante foi todo realizado em Goiânia. Assim que ficou constatado que não havia mais a presença do câncer, depois de ter passado por 8 quimioterapias, foi encaminhada para Jaú-SP, onde submeteu-se ao transplante de medula óssea autólogo, que consiste em transplantar as próprias células.

BL – No livro você atribui muito à fé, como forte meio de recuperação de Ana Lídia, inclusive cita Max Lucado, é esta a sua opinião?

Cleuza Bueno – Na verdade quem cita Lucado é a Celene Pereira, responsável pela correção do livro e que também faz parte da família. É formada em letras e tem no seu histórico literário, algumas publicações. Portanto, quem fala em Max Lucado é a Celene no prefácio do livro. Não é só a Bíblia que fala sobre fé de uma maneira tão perfeita, nós temos escritores maravilhosos que falam sobre fé, e Lucado é um deles.


BL – Como foi o lançamento do seu livro?

Cleuza Bueno – Como é o meu primeiro trabalho como escritora, fui envolvida de muita expectativa em relação ao comportamento das pessoas, se o livro seria bem aceito ou não. Mas, foi emocionante. Aconteceu numa segunda-feira, dia 16 de junho às 19:30h, véspera de jogo da Copa do Mundo, onde as pessoas cansadas após o trabalho e envolvidas com o evento que tem parado o Brasil em torno das competições, nós recebemos mais de 300 pessoas e a aceitação foi surpreendente. Houve pessoas que adquiriram 10 exemplares cada uma. Foram momentos emocionantes. Pessoas pedindo-me para fazer a dedicatória dirigida ao esposo; outras diziam que são livros que estariam levando para presentear os seus amigos ou emprestá-los.

Não estou preocupada com renda financeira pessoal, mesmo porque todo o dinheiro procedente do livro será doado ao Hospital Araújo Jorge de Goiânia. Mas preocupada sim, principalmente, em motivar as pessoas a lerem. Transformar as pessoas através da leitura, com histórias interessantes, que dizem sobre fé e esperança. E a história de Ana Lídia, é um bom exemplo da presença de Deus em nossas vidas.

BL – Cleuza, você como escritora, neste momento, que mensagem gostaria de transmitir para outras pessoas que estão convivendo com este problema enfrentado por você e toda família de Ana Lídia?

Cleuza Bueno – O que eu digo para as pessoas é que existe um Deus que não mudou. É o Deus do impossível. Um Deus que luta nossas lutas por nós. Que apesar da tempestade, Ele fala pra você: “Desça do barco e vem...” Então a fé é o que temos de mais importante, a fé é nosso bem precioso. Não interessa o diagnóstico. Interessa que nós temos um Deus que cura até o câncer, isto que é importante.


Nota: Para contato e adquirir o seu livro. Você deve procurar através do telefone fixo: 643671-2586, celular: 648117-1968, por email: cbueno05@hotmail.com ou cluzabueno05@gmail.com. Também pode ser pelos números do celular de Lariele Bueno: 648146-5707 e 648114-4333. O valor é R$ 15,00 fora a postagem, no caso de pessoas que residem fora de São Luís de Montes Belos-GO.


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Imagens: da própria autora, Cleuza Bueno