Descrever Gabriel o Pensador, precisa antes de tudo, entender que ele é um
poeta. Como tal, consegue com o seu prodígio e simpatia, conquistar todos que
dele se aproximam. Através do seu estilo despojado de interpretar – o rap e o
hip-hop – seus poemas bem elaborados, pensados e consagrados, evidencia com
inteligência a cultura e a formação escolar, as quais dedica importante
participação nesse contexto intelectual.
Está
engajado em projetos que constam nos seus princípios, oferecer mais atenção aos
menos afortunados, com oportunidades de preparação, para enfrentar todos os
demônios das desigualdades e das segregações sociais, priorizando
principalmente as crianças e os jovens. No entanto, os adultos interessados a
absorver o bom hábito da cordialidade e da convivência compartilhada, também
são bem recebidos.
Posso
dizer, mesmo me encontrando distante do seu convívio, fui um dos que teve
o privilégio de ter tido uma conversa com Gabriel o Pensador. Mesmo sendo
por meio de uma entrevista, ainda assim, pudemos manter um diálogo de
informações sobre sua carreira e suas boas ações, que são fartas. Isto
aconteceu durante um evento que aconteceu no início do mês de agosto deste ano,
numa pequena cidade do interior de Goiás, chamada Sanclerlândia, onde se realizava
as provas da 23ª edição do Jeep Cross, na cidade. Na ocasião, o seu show foi a
atração principal e a mais aguardada.
Durante a
entrevista, por sinal, muito descontraída, característica deste artista das
rimas criativas, fluentes do artista rapper, convicto nas suas colocações.
Gabriel disse que nos seus shows, como nas suas canções, ele mistura letras
divertidas, com espaço para o improviso, transmitindo nos seus espetáculos
muita animação. Em suas mensagens, faz questão de envolver sensações que eleva
a autoestima das pessoas. Fala de amizade, de coisas boas, consciência de
atitude e transformação.
Destacou
que no carro que o conduzia ao local do show, havia uma garotinha. Enquanto
conversavam, falou para ela, sobre uma música que escreveu e que faz parte dos
seus shows, na qual, em dado momento, fala sobre “Como eu comecei a gostar de
escrever”, cujo nome é “Linhas Tortas”. Se você gosta desta música clique aqui. Em seguida de maneira
espontânea, começou a cantá-la para sua nova amiguinha: “Tudo começou na aula
de português, eu tinha uns 5 anos ou talvez uns 6; comecei a escrever, aprendi
ortografia, depois as redações para nossa alegria...” e por aí segue.
Esclareceu
sobre o seu interesse de desenvolver iniciativas positivas em benefício das
crianças e dos jovens, com o apoio dos professores, com o apoio da família, com
o apoio de quem se ama. Quando escreve, faz por sentimento, por isto, gosta de
falar sobre o amor. Inclusive, segundo ele, utiliza o refrão da canção do grupo
Legião Urbana, Pais e Filhos na sua música “Palavras remetidas”. “É um dos
momentos que mais gosto nos shows e a galera canta junto”, conta.
Concluiu
a nossa conversa esclarecendo, que antes do pensador, vem mais um lance de
intuição de sentimento que, ele acaba passando para o público. “O resultado não
poderia ser melhor. Passa a existir uma troca de emoções muito forte com a
galera e, a vibração transcende, irradia”, ressalta.
Gabriel o
Pensador, escreveu três livros, em espaços diferentes. Em 2001, publicou Diário Noturno; em 2005, Um garoto chamado Rorbeto e em 2008, Meu pequeno rubro-negro. No
entanto, Um garoto chamado Rorbeto, foi sua maior consagração como autor de
livros. Um ano após sua publicação, em 2006, conquistou o Prêmio Jabuti, como o
melhor livro infantil.
Em 8 de
agosto de 2006, o jornal Folha de São Paulo, na sua publicação online,
fez um comentário, tomando por base o conteúdo do livro, no qual dizia,
que o livro é uma fábula de um menino que se descobre diferente dos outros
garotos. Rorbeto deveria se chamar Roberto. Graças ao analfabetismo de seu pai,
que mal sabia falar, acabou sendo registrado com as letras trocadas. Mas
Rorbeto aprendeu a pensar, a escrever e a contar. Um dia, descobriu que podia
chegar até 11 usando apenas os dedos de suas duas mãos.
O
constrangimento toma conta do garoto, que começa a ir à escola com a mão
direita escondida dentro de um saco, torcendo para não ser descoberto pelos
colegas. Mas a revelação, claro, é inevitável.
“Fluiu
naturalmente, mas acabou sendo um livro educativo. Falo da aceitação das
diferenças, da questão da alfabetização, que é muito importante. Não é um livro
só para divertir, mas também para educar”, disse Gabriel durante o lançamento
do livro no ano anterior.
Ele
afirmou que tem poesias e textos, inclusive infantis, engavetados em sua casa.
“Um garoto chamado Rorbeto” foi escrito em versos, mas usa linguagem coloquial.
O verbo “estava”, por exemplo, aparece apenas como “tava”.
“No meu
dicionário, existe o “tava” e o “estava”. Sou muito chato com o português, não
gosto de nada errado. Mas algumas coisas eu libero um pouco, como essa
subtração”, esclarece.
O escritor e cartunista Ziraldo, fez a seguinte ressalva na orelha de capa do livro Um garoto chamado Rorbeto. “Para mim, um dos melhores meninos da geração do Gabriel o Pensador é Gabriel O Pensador. Não sei se ele conquistou minha simpatia irrestrita pelo seu jeito verdadeiro de ser ou porque me pareceu ser uma pessoa extremamente generosa. Eu amo pessoas generosas. Ele tem, também, talento e perseverança. Quando essas duas qualidades se juntam numa pessoa só, resultam num produto humano de primeira qualidade.”
Um garoto
chamado Rorbeto
No livro,
Um garoto chamado Rorbeto, publicado em 2005, o cantor e compositor Gabriel o
Pensador, conta uma história cheia de ritmo e da “verdade comovente”, que
Ziraldo observou no compositor – agora confrade na literatura infantil. Com
entusiasmo, é Ziraldo quem dá as boas-vindas a Gabriel no texto de orelha: “A
história que conta aqui é, como ele, originalíssima, narrada com alegria e
inventiva.”
Trecho do
livro: O nome do Rorbeto era assim, meio diferente. Na vila onde ele morava não
tinha luz nem gás, mas isso não importava, pois ele gostava era de nadar nas
águas do velho rio, subir na jaboticabeira e jogar futebol até a noite chegar.
Lá todos os moradores se tratavam como parentes, até mesmo o cachorro Filé.
Assim
como o rio, o curso da vida corria, e o Rorbeto cresceu um menino esperto e
curioso. Aprendeu sozinho, muitas coisas, inclusive a contar os amigos na ponta
dos dedos, o pai, a mãe, o cão Filé e mais três. É aí que vem o susto: “Seis
dedos em uma mão só?”
A
descoberta deixou Rorbeto perturbado. Afinal, nessa idade ninguém quer ser
diferente. A primeira reação é querer esconder, pondo a mão numa sacola. Mas
quando Rorbeto aprende a escrever, é justamente a mão com o dedo a mais, que
faz a letra mais bonita da classe.
Diário
Noturno
Luis
Fernando Veríssimo descreve Gabriel o Pensador, dizendo que “pessoas pensantes
e artista falante, Gabriel pensa e diz ao contrário dos que pensam que pensam e
produzem ruído. Já era uma raridade musical, agora é uma raridade literária.”
Quando
era estudante de Comunicação Social, Gabriel Continho – esse é o seu nome de
registro – ficava incomodado com o conformismo dos colegas diante de problemas
graves, como a miséria, o racismo, a violência, a corrupção e as drogas. Para
expressar sua indignação, começou a escrever letras de rap sobre todos os
assuntos que o perturbavam.
Suas
músicas criativas e polêmicas logo conquistaram o público e a crítica,
tornando-o conhecido nacionalmente, como Gabriel o Pensador. Mas Gabriel não
fica só nos versos. Do baú do rapper, saltaram textos de vários estilos,
reunidos agora pela primeira vez, com a publicação de Diário Noturno.
A
produção literária de Gabriel se inicia na adolescência. Nessa época, o
Pensador já transitava por diferentes classes sociais: estudava em colégio de
classe média e pegava onda com a galera da favela da Rocinha. Diário Noturno
acompanha diversas fases da criação de Gabriel o Pensador e suas influências.
Traz poemas, crônicas e memórias versando sobre fatos e curiosidades que
marcaram sua vida.
Reflexões
sobre a sociedade, o ato de criar, suas experiências como cantor e compositor,
a relação familiar e com os fãs. Da seleção, algumas preciosidades, como
redações escolares, reproduzidas do original, contendo notas e observações dos
professores. Aliás, é para professores que Gabriel dedica seu livro de estréia.
Pensador,
poeta, compositor, rapper e surfista. O leitor descobrirá as diversas facetas
deste jovem artista que, com suas reflexões inteligentes, capazes de serem
apreciadas mesmo por aqueles que não têm muita intimidade com a linguagem rap,
tornam Diário Noturno, uma obra que reproduz o pensamento da geração hip-hop.
Notívago
de carteirinha, Gabriel o Pensador, cria e até mesmo, pega onda enquanto a
maioria está dormindo. Iniciou a carreira de cantor de rap em 1992, com a
polêmica música “Tô feliz (matei o presidente). Desde então, lançou quatro
álbuns, firmando-se no cenário musical brasileiro, português e nos países
africanos de língua portuguesa, pela criatividade, irreverência e qualidade de
seus trabalhos.
Meu
pequeno rubro-negro
Trecho do
livro: Blim Blom! Claudinho é novo na cidade e vai visitar o amigo de escola em
um dia muito especial. Logo na chegada, mesmo antes do cumprimento natural, vai
logo dizendo: – Meu pai vai levar a gente pro jogo! – Que jogo? – O jogo do
Flamengo, ué! Com uma camisa rubro-negra da sorte emprestada, Claudinho vai se
maravilhar com o Maracanã e descobrir a maior torcida do Brasil. Uma multidão
apaixonada, que faz os adversários tremerem com seus cantos e gritos de guerra.
Durante o
jogo Claudinho passa a conhecer um pouco da história do Flamengo, “o mais
querido”, um time que revelou grandes craques e deu shows de bola
inesquecíveis, tornando-se o único Campeão do Mundo, entre os cariocas. Com uma
história pulsante e divertida, no ritmo mágico do futebol, Gabriel o Pensador
conduz o leitor para dentro do Maraca, ou seja, para dentro do coração do
Flamengo. E uma vez Flamengo, sempre Flamengo. Então sai do chão, sai do chão!
A torcida do Mengão!
Quem é
Gabriel o Pensador
Gabriel o
Pensador, nasceu no Rio de Janeiro, em 1974, no bairro de Vila Isabel, ali
pertinho do Maracanã. Apaixonado pelo Fla é sócio honorário do clube e,
acompanha os seus jogos até mesmo no trabalho, no camarim de um show, no
estúdio. Entretanto, não é difícil vê-lo no estádio.
Ainda
menino, escrevia letras de música na escola e, em 1992, começou sua carreira
artística com a fita demo, Tô feliz (matei o presidente), censurada pelo
Ministério da Justiça, pouco antes da renúncia do então presidente Fernando
Collor de Melo.
Gravou
sete álbuns e um DVD. Na literatura, publicou Diário Noturno, em 2001 e Um
garoto chamado Rorbeto, prêmio Jabuti de melhor livro infantil, em 2006. Mário
Alberto faz parte da terceira geração de uma nobre linhagem rubro-negra,
orgulhosa de ser inteiramente formada por torcedores do Flamengo, sem exceções.
Entre os
momentos mais importantes de sua vida, constam: o gol de Rondinelli, em 1978; a
madrugada de 13 de dezembro de 1981 e, o dia em que decidiu ser ilustrador
durante o curso de programação visual na Escola de Belas Artes da UFRJ. Há onze
anos trabalha no Diário de Esportes Lance. O único momento em que não torce
pelo Fla, é na hora de fazer as suas charges. Somente nessa hora.
Se achar
conveniente, seu comentário será bem-vindo. Au revoir...
Fonte:
excertos do site www.jpensador.com.br e da internet
A propósito, você já acessou a fan page do meu livro infantil Juju Descobrindo Outro Mundo? Não imagina o que está perdendo. Acesse: www.fecebook.com/jujudescobrindooutromundo.
E o site da Juju Descobrindo Outro Mundo, já o acessou? Se eu fosse você iria conferir imediatamente. Acesse: www.admiraveljuju.com.br
Imagens:
Google
4 comentários:
É o cara é fera mesmo; excelente cantor, compositor
e muito mais, estou feliz com a publicação de Gabriel Pensador.
Merecidamente; um homem que veio la da rocinha e se destacou
com seu trabalho e sua arte, seu talento, quem dera que o mundo fosse
feito de pessoas pensantes, seria um mundo melhor.
Parabéns Dilson, o Bússola Literária está um encanto.
Bjus querido, lindo trabalho.
Juloren
Oi Juloren, de fato, Gabriel o Pensador é uma pessoa singular. Educado, atencioso e muito simpático com as pessoas. Sua origem familiar, também contribuiu muito com os resultados expressivos deste talentoso artista e escritor. Mas convenhamos, ele possui os seus próprios méritos, conquistados por iniciativas inerentes do seu espírito irrequieto, participativo e responsável. Obrigado amiga, por mais esta sua visita e o seu precioso comentário. Retorne sempre tá? Fraternal abraço.
Excelente publicação, Dilson. Gabriel, além de ser ótimo no que é conhecido, é um exemplo para a garotada, especialmente das classes mais pobres.
Gosto especialmente dele escritor infanto-juvenil. E gosto da alegria deste eterno garoto flamenguista.
Parabéns pela matéria. Vc soube extrair o mais importante de uma vida que já é muito rica.
Bjo
Olá estimada Lourença Bella, também curto muito o trabalho deste jovem, porém, consciente edificador de ideias consistentes e positivas. Seja através da sua música, da sua poesia ou da sua literatura. Vale ressaltar também, o seu brilhante caráter formador de bons princípios. Obrigado pela visita ao Bússola Literária e o seu gentil comentário. Fraternal abraço.
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