Quando presenciamos uma criança
maravilhada com o brinquedo que acabara de ganhar no Natal; sua felicidade
refletida na delicadeza do seu sorriso inocente, nos remete a pensamentos
alegres que esta data significou para muitos de nós adultos. Todavia, em
algumas ocasiões, essa noite tão esperada, tornou-se símbolo de decepção, até de
nostalgia, quando imaginamos a quantidade de crianças, que sequer recebeu o seu
brinquedo por mais simples que fosse. O sonho do presente vindo de muito longe,
entregue pelo Papai Noel no seu trenó voador, puxado por nove renas com poderes
mágicos, nem sempre acontece como deveria. Não fossem, a atitude carinhosa,
manifestada no próprio lar, muitas crianças seriam marginalizadas e o seu
presente não passaria de um insignificante sonho. Felizmente, há quem se
preocupa e o faz acontecer.
É nesse momento que o
sentimento de generosidade familiar invade a sensibilidade humana e os filhos
não são esquecidos. Permitindo sobreviver à presença do bom velhinho, mesmo de
forma anônima, pelas mãos singelas e calejadas de uma mãe, de um pai ou de
alguém responsável, devido à orfandade do destino. Contudo, a grandeza desse amor
incondicional, mantém vivo o lirismo do imaginário infantil e a felicidade
persiste, transcendendo a barreira do infortúnio para viver somente o esplendor
do Natal.
Todos os dias nós nos
confrontamos com desafios. Alguns desanimadores, outros indecifráveis. No entanto,
entre todos, dois deles martelam na nossa consciência, fazendo-nos refletir os
por quês das nossas dúvidas no momento de enfrentá-los: acreditar e superação.
Para essas duas determinações, às vezes temos que sacrificar projetos
considerados redentores, mudar fórmulas e nos redescobrir. Buscar a verdadeira
razão para o nosso encontro com nós mesmos.
Reencontrar o nosso próprio
equilíbrio não é fácil. Obstáculos
tempestivos existem, são reais e intransferíveis. Todavia, para que tudo termine
bem e o oponente superado, é necessário confiar nas nossas potencialidades, na
concepção dos nossos sonhos e conquistar a alegria tão desejada, sem medo de
encarar outros desafios que por certo virão. Que tal, da próxima vez, alcançar
a nota máxima no seu salto à distância pelo qual tanto lutou? Não importa o que
as pessoas pensam e exigem, acredite, o salto é seu somente seu, então voe e
conquiste esse seu universo glorioso, restaure sua fé e a sua autoconfiança.
Por exemplo: A magia do Natal
precisa voltar a habitar entre as pessoas. Para que, a fé lúdica das crianças
não se eterise no anacronismo que a data tenta eternizar pela sua importância
memorial; não alimente a diluição do sonho de um milagre, que ao longo dos
tempos vem se desgastando pelo excesso impertinente da ausência do amor, da
presença de Deus na vida dos gananciosos, dos famigerados seres humanos que só
enxergam o valor do dinheiro.
Esta realidade soberba,
impiedosa e implacável conseguiu eliminar o encanto e a beleza do Natal,
tornando as crianças céticas quanto à existência do Papai Noel. Destruiu a
pureza dos sonhos de infância, quando o bom velhinho era aguardado com
ansiedade por todos. Independente se a data estivesse mascarada nos rótulos das
marcas comerciais e a preocupação principal etiquetada com fatores
meramente econômicos, ainda assim, era Natal, era a presença lúdica de Papai Noel e
a confirmação das profecias pregadas pelos profetas bíblicos da vinda do
Messias, o filho unigênito de Deus.
É importante que a humanidade continue acreditando
no Natal e, sobretudo, no dia do nascimento do menino Jesus, 25 de dezembro.
Acreditar na estrela de Belém que guiou os Reis Magos à Jerusalém; ter a
humildade para reconhecer que um modesto estábulo acolheu o Messias e uma
simples manjedoura serviu de leito para o filho de Deus. Que o seu nascimento
não corresponda apenas uma ilustração bíblica, mas sim, no enviado de Deus na terra, para salvar a humanidade dos seus pecados e ensinar o verdadeiro
sentido do amor. E, deixar esse amor registrado como o seu principal mandamento:
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o
primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como
a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." (Marcos
12:30-31).
Para muitos adultos e até mesmo
para muitas crianças, Papai Noel é uma utopia, é um hipócrita seletivo nas suas
escolhas, no momento de dar o seu presente de Natal. Ele está mais preocupado
em visitar os lares dos granfinos, acenando um adeus ao sonho e a magia que
perpetuou ao longo dos tempos, para aquelas crianças que estão à margem da
sociedade, desprovidas do resultado financeiro. Quem sabe em algum lugar as
crianças infelizes por terem de conviver com as dificuldades diárias, encontrem
o pássaro azul e com ele a felicidade?
Surpresas maravilhosas podem acontecer, precisa-se apenas acreditar.
Muitas das vezes a insatisfação
gera conflitos e o egoísmo se manifesta arrogante e destruidor. Mínimas coisas
são motivos de desavenças, por isto, a presença da humildade seja tão
necessária. Ela é complacente e tolerante, capaz de produzir efeitos mágicos
surpreendentes de bondade e compreensão. Duas virtudes pilares para a boa convivência.
Não ostenta o luxo, substitui este brilho artificial, pelo vigor da sabedoria. Esta sim, é uma companhia fecunda e real solução para tantos males que teimam
serem soberanos. Então o olhar terno da criança modifica a face vincada do
sofrimento, pelo resplandecer da aurora e o prelúdio de uma nova vida, refeita
pela boa vontade de Deus, que brota através da semente do amor.
Bússola Literária estará ao seu
lado criança de todas as idades, comemorando a mensagem que a data requer;
seguindo a Estrela de Belém, ao lado dos reis magos e do bom velhinho, seja ele
atendendo pelo nome de Noel, Nicolau, Claus e tantos outros nomes, mas que
esteja vestido de vermelho, cabelo e barba brancos, viajando
pelo mundo distribuindo bondade e simpatia, no seu trenó mágico e suas renas,
em inglês: Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e
Blitzen. Em português: Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa,
Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago. Portanto Feliz Natal pra ti, e que, em 2015,
continuemos juntos, distribuindo sorrisos e bons momentos de leitura.
Ah, o Bússola Literária, não poderia deixar sua
noite e o seu dia de Natal, sem algo interessante para ler. Por isto, seguem-se três
pequenos e belos contos, cuja autoria é desconhecida, sobre os quais não temos
dúvidas, farão muito bem ao seu coração.
O Presente
Acordei nesse primeiro dia de dezembro, com
vontade de comprar um presente para Jesus, afinal, não existe maior amigo que o
Mestre dos Mestres, e no dia 25 o aniversário é Dele.
Saí cedo de casa e fui ao maior Shopping Center
da cidade, pensei primeiramente numa camisa branca, mas quando vi que o branco
mais branco da Terra, ainda era cinza perto da sua pureza, fiquei com vergonha
e desisti. Em outra vitrine vi um sapato de couro, lindo e caríssimo, mas
quando me lembrei dos seus pés calçados pelas sandálias da missão cumprida,
achei que não existiria na Terra algo tão confortável que merecesse os seus
pés.
Uma caneta foi isso que a próxima vitrine me
apresentou, uma linda caneta de marca famosa. Seria um lindo presente, mas
lembrei-me que Ele nunca escreveu nada, tudo que Ele falou, mostrou na prática,
servindo e amando sempre.
Lembrei-me, que um dia Ele falou que não tinha
sequer um travesseiro para recostar sua cabeça, então eu pensei no melhor
travesseiro de plumas de uma loja especializada em sono. Era importado e muito
confortável, mas lembrei-me que os justos dormiam tranquilos e que Ele jamais
usaria o travesseiro.
E, assim fui olhando as vitrines, abotoaduras
de ouro, malas de viagem, bebidas finas, comidas importadas, tudo supérfluo,
tudo matéria que o tempo iria corroer. Confesso que saí um pouco chateado do
Shopping, afinal eu saíra para comprar um presente para Você Jesus, e não havia
achado nada. Na porta do Shopping, um menino muito miudinho sorriu para mim,
perguntou meu nome e eu o dele. Ele riu e me estendeu a mão, tinha o rosto
muito sujo, as mãos encardidas; perguntei pela sua mãe, ele deu de ombros,
sobre o pai, nem sabia onde estava... perguntei se ele queria tomar um lanche,
ele sorriu um sim, pegou na minha mão.
Na porta do Shopping olhou para suas roupas e
olhou para mim. Sabia que não estava corretamente vestido, peguei-o no meu colo
– era a senha para ser feliz –, seus olhinhos miúdos percorriam aquelas luzes,
enfeites e pessoas bonitas como se fosse um filme de Walt Disney...
Na lanchonete sentou na cadeirinha giratória e
sorriu como “reizinho”, e entre uma montanha de batatas fritas, ríamos felizes
como dois velhos amigos.
Falamos sobre bolinha de gude, pipas e bola de
futebol, coisas importantes para o ser humano, principalmente, quando somos
crianças. Devoramos dois lanches e, quando perguntei se ele queria um sorvete
gigante como sobremesa, seus olhos brilharam feito o sol. Pedi um instante, fui
até o caixa, quando voltei com os sorvetes na mão, ele já não estava mais
ali...
Por um instante, pensei que ele havia ido ao
banheiro ou estaria olhando a lanchonete, mas não estava ali mesmo. Foi quando
sobre a caixa de batatas vazias, vi um papelzinho, um bilhetinho escrito com
letra miúda, que dizia assim: “Obrigado pelo melhor presente de aniversário que
poderia me dar. Fizeste feliz um dos pequeninos do mundo!”
A maior bronca que já levei
Que nada. Com certo constrangimento, o
professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a
solicitação e continuamos firmes na conversa. Foi aí que o velho professor
perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei.
- Prestem atenção porque eu vou falar isso uma
única vez, disse, levantando a voz e um silêncio carregado de culpa se instalou
em toda a sala e o professor continuou.
- Desde que comecei a lecionar, isso já faz
muitos anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de
uma turma. Em todos esses anos, observei que de cada cem alunos, apenas cinco
são realmente, aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se
tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para
melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95%, servem apenas para
fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.
- O interessante é que esta percentagem vale
para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que, de cem professores,
apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco
são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros
profissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco
são verdadeiramente especiais.
- É uma pena muito grande não termos como
separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os
alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o
silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo, sabendo ter
investido nos melhores.
- Mas, infelizmente não há como saber quais de
vocês são estes alunos. Só o tempo será capaz de mostrar isso. Portanto, terei
de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da
confusão que estará sendo feita pelo resto.
- Claro que cada um de vocês, sempre pode
escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de
(...).
Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala
e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a
bronca tocou fundo em todos nós, que a minha turma teve um comportamento
exemplar em todas as aulas de Fisiologia, durante todo o semestre. Afinal, quem
gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto?
Hoje não me lembro muita coisa das aulas de
Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele
professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi
que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no
grupo dos 5%. Mas, como ele disse, não há como saber, se estamos indo bem ou
não. Só o tempo dirá a que grupo pertencemos.
Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos
ser especiais em tudo que fazemos; se não tentarmos fazer tudo o melhor
possível, seguramente, sobraremos na turma do resto.
O Presente das Rosas
Três homens, sendo um ingrato, um conformado e
um generoso, foram visitados, no mesmo instante e local, por um Gênio saído da
lâmpada.
Diante do inusitado um deles falou:
- Gênio, o que nos trazes?
- Rosas! – Disse o Gênio.
E, abrindo o seu manto mágico, dele retirou
três lindos buquês de rosas, que os ofereceu aos visitantes, entregando um para
cada. Antes de partir, olhou-os fixamente, percebendo algum desapontamento por
conta da simplicidade de sua oferta, justificou-se:
- Rosas... porque elas são jóias de Deus.
Deixam a vida mais rica e bela! Os homens se entreolharam surpresos e, após se
despedirem, cada um seguiu o seu destino, dando finalidade diferente ao
presente recebido.
O ingrato, maldizendo sua falta de sorte, por
haver encontrado um Gênio e dele recebido apenas flores, jogou-as num rio próximo.
O conformado, embora entristecido pela
singeleza do presente, levou-as para casa, depositando-as num jarro.
O generoso, feliz pela oportunidade que tinha
em mãos, decidiu repartir seu presente com outras pessoas. Foi visto pela
cidade distribuindo rosas, de ponta a ponta, com um detalhe: quanto mais rosas
ofertava, mas seu buquê crescia de tamanho, beleza e perfume. Ao final,
retornou para casa com uma carruagem repleta de rosas.
No dia seguinte, no mesmo local e instante, os
três homens se reencontraram e, de súbito, ressurgiu o Gênio da véspera.
- Gênio, que desejas? – Disse um deles.
- Que as vossas rosas se transformem em jóias!
– Disse o Gênio.
Dessa forma, o homem generoso encontrou em casa
uma carruagem repleta de jóias, extraordinariamente belas, tornando-se rico
comerciante.
O homem conformado, retornando imediatamente
para o seu lar, encontrou, pendurado sobre o jarro, onde depositara as rosas,
um lindo e valioso colar de pérolas. Resignou-se em ofertá-lo à sua esposa.
O homem ingrato, dirigindo-se ao lugar onde
jogara o buquê de rosas, viu refletindo sobre as águas, um brilho intenso,
próprio de jóias valiosas, que sumiram de seus olhos, quando se atirou ao rio
no propósito de alcançá-las.
Nota: O Bússola Literária tem o prazer de
agradecer ao site Contadora de Histórias, pela nobreza de compartilhar estes
três lindos e edificantes contos, extraídos do seu arquivo. Obrigado ao seu
administrador, com os nossos votos de um feliz Natal! E que, em 2015 continue
publicando textos com esplêndidos exemplos de virtudes invejáveis.
A propósito, você já acessou a fan page do meu livro infantil Juju Descobrindo Outro Mundo? Não imagina o que está perdendo. Acesse: www.fecebook.com/jujudescobrindooutromundo.
E o site da Juju Descobrindo Outro Mundo, já o acessou? Se eu fosse você iria conferir imediatamente. Acesse: www.admiraveljuju.com.br
Imagens: Google